julho 25, 2011

A dois desconhecidos

“E se um desconhecido de repente lhe oferecer flores?”
Ficava tudo tão cor-de-rosa cada vez que passava este anúncio. Nunca nenhum estranho me ofereceu flores. O que não me roubou a esperança. Acredito em tudo o que é maravilhosamente inesperado. Que nos vira ao contrário quando já só olhamos mas não Vemos. Conhecer um estranho pode ser, só por si, um maravilhoso presente. Mesmo que não traga flores à vista.
O planeta está a encolher mas as pessoas estão a afastar-se. Ficam tão longe, que se perdem de vista. Dispersam-se. Esquecem-se de gostar umas das outras. De se apreciarem. Optam por nadar à superfície receosas de mostrar a sua própria profundidade. Ninguém está interessado em conhecer ninguém. Traz problemas, exige tempo, tomadas de posição que ainda não somos capazes de tomar. Nem queremos. Falamos tanto mas dizemos muito pouco. Ou mesmo nada. Como convém.
Já fui assim, medrosa. Com medo de todos. De não gostarem de mim. Mantinha as minhas ideias apenas minhas, porque até nem eram grandes ideias. Eu não tinha nada de Grande, aliás…E com medo de ser pisada, mais de metade da minha vida foi passada escondida dos olhos do mundo. E dos meus...

A perda trouxe-me a valentia. Fiz-me visível. Fiz-me audaz o suficiente para entender, entendendo, que viver é uma bênção. E temos a obrigação de a viver bem. De ir para onde ela nos chama. Ou pedir-lhe que nos acompanhe no rumo que perpétuamente definirmos.


Hoje, e porque pressinto que morrerei de velhice, concedo-me o pequeno prazer de falar com toda a gente. Distribuo sorrisos, não guardo a simpatia só para os sei que a merecem, respondo sempre com gentileza sem pensar se vou acabar cortada aos pedaços nas traseiras de um carrinha ou ofendida por palavras menos educadas. Até porque é quem nos é mais próximo que mais mal nos faz…e que sabe com que palavras nos ofender.
Largaram-me há muito as preocupações sobre a impressão que vou causar ou não. E esforço-me por agradar apenas à cozinheira do sítio onde almoço porque ela mexe com a minha comida. Todos os cozinheiros são temperamentais e gostam que lhes agradem. Já que vou ingerir o fruto do trabalho dela prefiro que venha temperado de Amor.

Entendi ainda que só cresço na medida em que faço crescer. Para isso é preciso largar a mesa do canto, o dia semanal da limpeza, o telefonema obrigatório de domingo ou o almoço impreterível em casa dos pais, sogros e afins…
Eu adorava a minha professora da primária. Mas a professora Lurdes não tinha mais nada para me ensinar. Nem conseguia ainda que quisesse. Tive de largar a minha sala de aulas e aventurar-me no temível preparatório. O meu medo só foi superado pela ânsia de conhecimento. E foi assim que avancei. Todos nós só avançamos quando largamos as nossas salas de aulas e nos lançamos na aventura de conhecer outros professores. Aprender outras disciplinas. Chumbar. Tentar de novo. Desistir…Reconhecer as nossas limitações e inventar outros sonhos. Ser bem sucedido e voltar a largar. Satisfeitos connosco. Maiores. E a seguir, prosseguir…Assim, até ao fim.

Em cada estranho está o professor por reconhecer. O amigo por descobrir. O desconhecido é só o disfarce da Oportunidade. Da Nossa oportunidade de também nos re-conhecermos, descobrirmos e, prodigiosamente, avançarmos. Cuidado. É fácil protelar o degrau a seguir, mas não sai barato.
Eu prefiro o risco de uma má surpresa de vez em quando que uma vida pouco surpreendente.
Quero-a encantada de gente diferente, divertida ou nem por isso, inteligente ou bons a enganar, emocionais ou sovinas com as lágrimas, generosos ou a caminho disso... brancos, pretos ou nem uma coisa nem outra.
É na diversidade que desenho a minha individualidade. Que me escolho.E gosto de muitas opções. Amplas e variadas.
Mantenho a ânsia de conhecimento e só o tenho encontrado no que não conheço...
IdoMind
about movement

julho 18, 2011

Uma questão de espaço

Não vim para te tirar a vida mas para te mostrar que estás vivo. Ainda não chegaste onde escolheste chegar. Por isso levanta-te se faz favor desse buraco enfeitado em que te sepultaste. Estou aqui para te libertar do feitiço da terra. Soltar-te da prisão dos sentidos onde te iludes que és convidado. Cegaste à verdade e eu venho cegar todas as mentiras. Santa é a minha foice que limpa o campo para as novas sementes.


Aguardei a tua decisão. A que não tomaste. Mesmo quando a meio da tarde já não ansiavas pelo fim do dia para regressar a casa. E pensavas com enfado em quem lá encontrarias, desejando alguma paz, algum silêncio, em vez das exigências do costume, da ajuda obrigatória ao remo do barco, da renúncia tácita de ti a favor dos miúdos, da mulher, das responsabilidades… Preciso de te lembrar do teu desempenho no trabalho que já não suportavas? Parece-te bem, fazer mal o que nos é exigido? Para o que nos pagam. Dar pouco mais de razoável do excelente de que somos capazes? Desonrar um lugar que algures, alguém merece ocupar? Estar triste. Irrealizado. Num espaço que partilhas com outros…A tristeza envenena, sabes…

Apesar do estrangulamento, não deste uma folga à corda e mantiveste-te em bicos de pés, em cima do banco, equilibrando-te para não cair. Para aguentar. Só mais um bocado. Só mais um ano. Ou dois. Só até as crianças serem maiores, acabares de pagar o carro ou um golpe de sorte te salvar do sufoco que chamas viver. Aspirar bocados de ar não é respirar. Não é viver. É chamar por mim.
Aqui estou. Sou quem mais te ama e por isso quem mais dor te traz. É por Amor que te quero livre.
Não duvides disso na hora em que te vier buscar tudo. Não estou a roubar-te nada, apenas a devolver-te a Ti mesmo. Chora o que tiveres de chorar. Desespera. Mas pouco. Confia. Muito mais. Vai ao fundo se quiseres mas volta depressa. O lodo não é lugar para os homens.

Estamos todos a olhar por ti, mas é minha a Missão de visitar-te. Acordar-te dos sonos mais profundos. Recordar-te que não és o que tens. O que controlas e o que permites que te controle. Venho para acabar com que já acabou.
Eu sou a Morte que anuncia o Fim a favor doutro Principio.
Não me maldigas. Não me temas. Estou a cumprir a tua vontade e a levar-te mais perto do teu Propósito. Acredita em mim e prepara-te para o vem, agradecendo ao que foi.
É sempre melhor…
Acreditas?
IdoMind
about endings

julho 08, 2011

Ao falar com um Homem

Hoje escrevo para as mulheres. Todas. As que se queixam. As que aguentam. As que choram. As que fingem que não. As que se escondem para chorar e as que se escondem para viver. Escrevo para as mulheres que se demitem de ser mulheres e se perdem, acabando por não saber o que são. Ou o que querem ser…Escrevo para as resistentes que se dão aos pequenos luxos de serem sensíveis e demonstrá-lo, de esperarem que lhes abram a porta e se lhes dirijam com delicadeza porque são mulheres e as mulheres são delicadas.
O logro está em achar que não. Nós não somos pesos-pesado e não temos, não devemos, levantar nem carregar, as mesmas cargas que os homens. Temos outras, ajustadas às nossas medidas de Cinderelas. E benditas sejam as nossas cargas… São dons, na verdade. Ser mulher é ter dom.  E como todos os dons, completa-se com uma pequena parcela de maldição.
Mas oh mulheres - só somos malditas quando nos recusamos a ser sagradas. Nascemos para albergar. Para dar hospedagem à vida e depois largá-la. Em nós cabem dois. No começo e até ao fim...que vai para lá do nosso fim. Cuidando, nutrindo, vigiando. Que gloriosa missão. Não acham? Metade do peso e o dobro da vida…Eu acho. Glorioso e mágico!

O pecado? Negar a dádiva de ser mulher e vestir calças por baixo da pele. Que belo resultado conseguimos com a Igualdade. Firma-se a minha convicção de que quem inventou o feminismo foi um homem. Agora, não só fazemos o que sempre fizemos, como ainda o que eles fazem. E mais…E mais…E mais…até ser humanamente impossível fazer mais…de forma humana… Como o dia não tem género e tem as mesmas vinte e quatro horas para todos, falta então o tempo para acompanhar a vida a geramos. A paciência para amar quem escolhemos. A humildade para reconhecer que apesar de tudo, há em tudo, um gosto eterno a insatisfação…

E passamos a pular. De tentativa em tentativa. De comprimido em comprimido. De grito em grito e má disposição em má disposição. De noite em noite. De homem em homem. De cama em cama…os mesmos “depois eu ligo-te”, “ amanhã falamos” e “ tenho de ir” que vão envenenando a fé em coisas e pessoas bonitas. Lá vamos ficando menos mágicas e mais reais. Concretas como paredes.

Não os culpem. A responsabilidade é nossa. Vamos ser mulheres e assumi-lo. A autorização para o devasse vem de nós. Chega-se até a levar os formulários e indicar aos homens onde assinar. É sempre com grande tristeza que observo uma mulher armada em caçadora. Parece que nos tempos modernos, se mede o grau de modernidade das mulheres pelo número de experiências.E também parece que é mais moderno ser infeliz que ser verdadeira…consigo mesma.

Da maneira que vejo, ser Mulher é um assunto sério. Lindo, mas sério. Nós convidamos pessoas para dentro de nós. É isso que acontece quando oferecemos o nosso amor. O nosso corpo. Alguém entra dentro de nós. E deixa lá uma parte sua. Em nós, mulheres. É assim que vejo e é assim que sinto. 
Desenganem-se, não pretendo incitar uma legião de activistas pro-pudor, castidade e muito menos, Deus me livre, proclamar a abstinência como solução para os males do mundo. Apelo à consciência. Do que se faz. E com quem. Do que se diz. E a quem. Do que se quer. E com quem…

Apelo aos sonhos e à Nossa verdade. Feminina, leve, alva e mesclada de fragilidade. Apelo à dignidade. Falo à princesa que mora em cada mulher e apelo à sua nobreza…A carpete vermelha e os sapatos de cristal são um direito, mas que tem de ser conquistado…todos os dias, por nós - Mulheres.
IdoMind
About turning things around…for our own good

julho 07, 2011

Cláusulas Particulares

Faria por ti, tudo o que faria por mim. Com isso podes contar. Na realidade talvez até fizesse mais por ti do que faço por mim. Mas nem sempre estou atenta, focada, por cá…os meus pés gostam tanto da lua. Nem sempre ligo muito ao que se diz, às discussões que preenchem as necessidades individuais,  e tão prementes, de cada um de ter razão, de marcar uma posição, de obter um reconhecimento. Sou um balão sem atilho e desprendo-me com facilidade. Vejo tudo de longe. Quando vejo. É por isso que tens de me tocar no ombro e pedir-me os braços. Pousar a cabeça no meu colo obrigando-me a pousar por ti. Afinal o plano é manifestado para que nós nos manifestemos…
Farei igual. Calarei o medo e chamarei por ti mesmo sem saber se vais ouvir-me. Se queres. Darei o passo que falta para que a minha mão alcance a tua, mesmo sem saber se ainda falta muito. A que distância estás de mim. Se tens espaço…Farei por esquecer as lembranças do mal que guardo aqui, no arquivo das frustrações, das escolhas que podiam ter sido diferentes, das decisões incessantemente tardias, que feriram...Tanto.Nada disso entrará na nossa equação. Farei para assim seja.

Tens-me ao teu lado. Mantém-me cá. É fácil. Deixa-me ser. Evita tratar-te como barro ou plasticina colorida. Não tenho forma porque a cada momento me faço Eu. Estás a pensar que já entrei no modo lírico, derretido, até, pelo retoque poético que dou àquilo que sinto. Espero que ainda penses o mesmo quando descobrires que mais que palavras bonitas, é a verdade. Não tens e não terás o poder de me transformar. Só eu sei como funciono. Quando funciono. Se preciso mudar de pilhas. Ou de canal...
Olha o que te digo. É o mesmo que te direi lá para a frente. Se chegarmos lá à frente.
Sou lenta. Tenho de entender o meu lugar na vida para dizer à vida que lugar quero. E isto leva tempo. É o trabalho do Eremita caminhando a passos pequenos, à luz da sua lamparina oscilante. Ocupa-te de te entender a ti mesmo e despreocupa-te de me entender a mim. Até porque se entendesses eu já me teria desentendido. E tínhamos de começar de novo com metade da força. Da disposição. E do amor…

Não o permitas. Vamos divertir-nos enquanto amadurecemos. Tirar o melhor um do outro. E entregar o melhor um ao outro. Aceitar esse melhor agradecendo a oportunidade de ascender à perfeição. Às nuvens! Leva-me às nuvens…Diz que levas! Eu dou-te boleia até às estrelas. Aceita-me, por isso, aérea, despistada, tagarela, inquieta, curiosa…meio gente, meio outra coisa qualquer a esvoaçar por todo o lado. Eu valho a pena. Comigo irás sempre um bocadinho mais além, porque aqui é giro, mas… o que haverá ali?
Comigo não terás paz. Porém estarás em paz. Tenho para te dar a confiança que dispensa mentiras. O respeito que prescinde de desculpas. A brandura que tolera a diferença. Também podes contar com isso.
No fundo é só para te dizer:conta comigo para sermos felizes…
IdoMind
About doing it right or growing trying

julho 05, 2011

Parvos e Gigantes

No corredor de mármore ouviam-se apenas os passos dela. Firmes, determinados, batendo contra o chão no anúncio ruidoso de que estavam a chegar. E de que não vinham em paz. Olhámos todos. A aparência irrepreensível do costume. Cabelos domados, indumentária  muda, acessórios parcos e inexpressivos. Nada naquela mulher tem a marca daquela mulher. Nada permite adivinhar que de que género é, do que gosta ou sequer se gosta do que quer que seja.
Ela corta. É áspera. Há sabor a ácido nas suas palavras. Tem uma espécie de presença acutilante que nos faz recuar para evitar os picos.
Sem ser especialmente bonita, é atraente. Sabe disso. Usa-o a seu favor. Foi assim que manteve um emprego para o qual não estava minimamente talhada. Um casamento para o qual nunca esteve vocacionada. Uma vida que não queria mas que dava jeito ter. E agora o cheiro da pessoa que morreu dentro dela começava a notar-se…

Estávamos todos ali por ela. Recusou-se ao diálogo. Não propôs soluções e contestou todas as que lhe foram e são apresentadas. Inspirada certamente pelas vozes que saem à noite procurando quem as oiça, consegue ainda inventar mais um problema ou outro que, mais que enlouquecer, faz sofrer toda a gente.   
Passou por nós vomitando um bom dia que poderia arruinar com o nosso, não estivéssemos já imunizados contra a estupidez daquele ser. Ao vê-la afastar-se com desprezo pelas mesmas pessoas que mantinha reféns há alguns, dei por mim a desprezá-la também e pensei “ Não é má, é parva”. 
Era isso mesmo, ela gostava de ser parva! O objectivo daquela cabeça torpe era ser parva o bastante para ser diferente de todos os outros e assim conseguir a atenção que pessoas não tão parvas têm de fazer por merecer. Como era parva há muito, muito tempo confundiu esse estado triste de existência com a sua personalidade. Fez-se parva e apaixonou-se por essa imagem…

A vontade de lhe cuspir em cima, como se faz nos filmes e me parece sempre triunfante, foi substituída por um imenso sentimento de piedade. Ter de ser parva para dizer “Estou aqui” é trágico. Claro que ela já não tinha o discernimento para destrinçar quem era ela e quem era a parva. As duas estavam já demasiado fundidas para se distinguirem.

Caminhei na direcção dela. Foi o meu momento parvo…Não sabia o que lhe dizer mas sabia que havia algo a ser dito.
“Sim?” – perguntou-me no tom altivo a combinar com o cabelo arrumado. Pensei de novo na cuspidela. Sentei-me.
“Está tudo bem?” - perguntou-me, agora, com menos altivez e um toque a defesa- “ Tem alguma proposta, é?”
Continuei em silêncio porque continuava sem saber o que dizer.
Acabou por sentar-se ao meu lado.
“ Tem sido quem mais frieza tem mostrado e quem mais frente me tem feito. Sem sequer me dirigir a palavra. Somos parecidas. Estamos aqui e os outros todos ali. Bem longe de nós porque ainda que quisessem não saberiam e não conseguiriam alcançar-nos. Você fez isso comigo durante todo este processo, manteve-me longe de si frisando bem essa distância. Isso irrita-me, mas é a única por quem tenho alguma consideração.Tão jovem e tão forte. Penso em si como uma barragem.”
“E eu penso em si como o Gigante.”- disse eu por fim.
“O gigante?”
“ Sim."
Em miúda deram-me um livro sobre um gigante que adorava tudo o que era belo. Era um gigante muito sensível…Como no castelo já não havia mais que embelezar começou a plantar um jardim. Trabalhou, trabalhou, trabalhou e o jardim ficou tão lindo que Deus teria vergonha do Éden. Começaram a vir as borboletas, os pássaros e outros animais da floresta atraídos pelo cheirinho das flores e pela beleza daquele jardim. Começaram também a vir as crianças da aldeia…brincavam e rebolavam na relva. Riam. Estavam felizes por puderem ter um lugar tão maravilhoso para brincar.
O gigante, pouco habituado a companhia e muito menos a partilhar, decidiu construir um muro muito alto à volta de todo o jardim para que nem as borboletas, nem os pássaros, nem as crianças pudessem lá entrar.
E assim foi. O Verão passou. O Outono também. O Inverno. A solidão é sempre mais solitária no Inverno. O gigante começava a sentir saudades do barulho, das gargalhadas, dos desafios vocais entre os passarinhos.Veio a Primavera e o gigante convenceu-se que a melancolia daria lugar à alegria de ver o seu jardim de novo coberto de flores. Mas o jardim não floriu. O muro era tão alto que nem mesmo o Sol conseguia entrar.
O gigante olhou e tudo o que viu foi escuridão…dentro e fora de si.
Destruiu o muro até à última pedra.
A força da Primavera operou o seu milagre.O Gigante fez o resto – organizou uma festa e convidou toda a aldeia. Pediu a cada convidado que trouxesse sementes da sua flor favorita para que no ano seguinte houvesse um bocado de cada um no seu jardim…”

Ficámos caladas. Não olhei para ela. Estou certa que a veria descomposta, talvez mesmo emocionada e aquela gigante ainda não estava pronta para partir a última pedra. Todos temos os nossos tempos. Respeitei o dela.
Levantei-me sem olhar para trás.
O processo foi suspenso a fim de chegarmos a um acordo. 
Enquanto isso pergunto-me que parvoíce é a minha…
IdoMind
About rocks
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...