novembro 11, 2011

11-11-11: Porque não me lembro de outro título e porque hoje é 11-11-11


A roda girou. Completou uma volta perfeita. Tão redonda. Rodou por nós e connosco. Rodou-nos…Foi quando ficámos de cabeça para baixo. Lembram-se? Dos dias em que andámos ao contrário dos outros e foi difícil fazer e ter sentido. Arranjar um. Ou pelo menos um motivo, ainda que sem qualquer sentido. Às vezes o telhado inclina-se muito e é no beirado que suspendemos a nossa queda. Até ao limite da resistência que até julgávamos que não tínhamos. Pendurados e indecisos entre ascender, de novo, ou derrapar, finalmente.

Estive pendurada. Vim por aí abaixo e cai. Nem sempre de pé. Deixei-me ficar caída, a tentar agarrar o céu com as mãos cravadas na Terra. Procurando ouvir os ecos da linguagem desconhecida, subtil, a acontecer a todo o tempo que Eu não entendo o tempo todo porque ainda não sou só Alma. Ainda desejo. Desespero. Gosto e deixo de gostar. Ainda me faz diferença a indiferença. A dor… Importa-me o Mundo. As crianças que morrem. As lanças que se atiram de olhos vendados. Os peitos blindados. Importa-me quem não se importa. E abandona. Fere. Marca. Ainda me esqueço que o que está escrito deve acontecer. E que somos todos necessários. Até quem abandone, fira e marque.

Eu própria o fiz. É assim que a Roda se mexe. Muda-nos de sítio. De roupa. E depois dás-nos a Estação que precisamos para aprendermos acerca de julgamentos rápidos, de negligência e, por fim, sobre humildade, porque cada dia é todos os dias o primeiro dia.
Isto foi o que aprendi até aqui. Vim com uma caneta mágica para escrever uma história. A minha história. Reescreve-la. Fazer umas emendas. Dar-lhe um Fim. Ou uma continuação…

Posso, neste minuto, daqui a pouco, amanhã ou para o mês que vem, fazer um ponto final paragrafo e começar outro capítulo. Outro livro até. Nada me impede de nada. Excepto o medo.
Quando penso que já ouvi alguém confessar que não terminava com a sua própria vida porque temia depois não ter paz! Depois? Depois de quê? O depois só existe na medida deste Agora. Criado. Vivido. Sofrido, é verdade, algumas vezes. Mas apenas se quisermos. No Agora seguinte, meio Alquímico, podemos transmutar o sofrimento em sabedoria. A revolta em aceitação. As doenças em compreensão. Podemos confiar no Propósito em vez de pensar em morte. Ou noutras coisas que nos matam aos poucos…

A pergunta que se impõe é simples: quero, verdadeiramente, mudar?
E se, verdadeiramente, concluirmos que já chega, avisar a Vida que estamos prontos para outras brincadeiras. Como? 
Acordados, antes de mais. Evoluir faz-se de olhos abertos. É necessário olhar bem para dentro e para fora de nós para descobrir as deformidades mascaradas quase sempre de virtudes. Não é boa educação fazer o que os outros querem. Não é responsável viver infeliz porque há uma casa para pagar. Nem digno ficar para não fazer sofrer. 

Cada um só pode escrever com a sua própria caneta. Viver é um acto pessoal.
E quando decidirmos viver a NOSSA vida é aí que os nossos pensamentos, os nossos sentimentos e as nossas acções devem encontrar-se e partir na mesma direcção.
Este é o sinal de que estamos prontos. Para o que quer que seja. É nosso...
IdoMind
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3 comentários:

Onda Encantada disse...

Gosto da possibilidade infinita de podermos redefinir continuamente... sim! Continuamente... aquilo que queremos viver...


É tão único e tão especial, que se toda a gente percebesse este simples facto, agradeceriam diariamente e enorme fonte que lhes é oferecida...
E viveriam sempre em... "serendipity"...


Beijo na tua alma, escritora da caneta mágica :)

Onda Encantada disse...

errata: "a enorme fonte"

IdoMind disse...

Como é que não vi a tua gota? desculpa...

Parece tão evidente não é? Que podemos mudar tudo sempre.A qualquer hora. OU começar aos poucos.
Eu mesma Ondinha...quanto tempo desperdiçado a esmurrar a cabeça...
Enfim..
Adorei as tuas palavras...mesmo Ondinas...
beijos escritora de caneta mágica ;)

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