Sei que a terra é redonda porque corro
meio mundo sozinha e encontro-te aqui de novo. Neste sítio entre o nada e o
agora, vejo-te e pergunto se estiveste sempre aí…
Quando te perco de vista, por
onde andas? Atrás, a guardar-me os passos que se arrastam quando me arrasam ou
à frente, esperando-me com água e outra porta por abrir?
Desapareces por tanto tempo que
dás espaço às montanhas de crescerem e ficarem tão grandes que só fazem sombra
e me fazem medo. Sinto-me mais fraca hoje do que quando comecei e acreditava na
bondade. Vou porque sei que é escusado tentar ficar quando a hora é de ir, mas já não parto a sorrir,
despeço-me a rezar. Peço que as pernas não me falhem nem que mas cortem. Que
não dê por aí com alguém que goste de rasteiras e de rir com quedas…
Antes de ter provado terra,
todas as casas eram um lar. Pudera eu voltar a ver abrigos onde hoje pressinto,
bem disfarçado, um inimigo. Tenho saudades da beleza tímida debaixo de aparentes
egoísmos. Onde anda a humildade que conduz à reinvenção? Tenho saudades de
nós a caminho para a escola, quando ainda não sabíamos tudo e tínhamos
perguntas para nos fazer.
Sinto tanta falta de sentir esperança no foram felizes para sempre que afinal nem todos querem…
Sinto tanta falta de sentir esperança no foram felizes para sempre que afinal nem todos querem…
É que,
há quem ache que se pode andar sem verdade,
há quem ache que se pode andar sem verdade,
há quem ache que até se deve.
Há quem ache que não diz tudo.
Há quem
ache que não tem de fazer nada. Nem nada para fazer.
Há quem fuja e leve a
pista que alguém terá de procurar noutro lado. Noutro tempo.
Há quem se
desculpe, com o que for melhor, para não pedir licença e ir viver o seu sonho.
Há cegos que não querem ver…
Há poetas que não sabem sentir…
Há profetas que não se conseguem ouvir...
Há tantos sem nada para dar
e ainda poucos aprenderam a receber.
e ainda poucos aprenderam a receber.
Sinto falta de anjos nos
estranhos. E em todos os outros.
Onde estão as penas que nos dão
asas?
Eu mesma ando tão esquecida de
voar, que me apaixonei pela gaiola. Prendi-me do que te peço hoje para me
libertares porque não me lembro como fazê-lo sem me magoar.
Ajuda-me a largar a parte que
engana e fere. Aquela que me venda a ti na perda que eu não queria mas que
precisava.
Livra-me da tentação de ser vítima e gostar.
Do vício feio de
apontar para o outro sem antes me aceitar. Sequer reconhecer.
Salva-me da
arrogância do "não mereço" que não sei se veio salvar-me de mim a ser menor. Em desamor. Não sei nada.
Ajuda-me a lembrar-me do meu tamanho e do meu papel que é só um papel.
Ajuda-me a lembrar-me do meu tamanho e do meu papel que é só um papel.
Leva-me a ti quando estiver difícil estar aqui, mas sem ser para me afastar do resto.
Onde tu também brincas e me pedes que seja Deus contigo.
Onde tu também brincas e me pedes que seja Deus contigo.
Está na altura de te pedir
desculpa outra vez. Também eu acho muita coisa e achei que me tinhas deixado. Finalmente
desistido de mim. Ou que me tivesses feito a vontade e largado a mão para ver
como me saía a atravessar a Estrada sem ti.
Mas já chega. Vem comigo. Fica ao meu lado.
Eu Confio-te o mapa.
Eu aceito
que me conduzas, mesmo se para longe dos lugares que eu acho que tenho de ir.
Eu permito
que me avises que estou a perder-me, negando-me ou tirando-me o que eu acho que me traria felicidade.
Eu convido-te à minha Vida e arrisco chegar a um Destino muito
diferente daquele que eu acho que é o meu.
Eu Entrego-te a mulher para que se cumpra a Alma.
Onde, como e quando for, certa que hoje estou da certeza da minha avó:
" onde tens de ir jamais poderás fugir."
" onde tens de ir jamais poderás fugir."
IdoMind
about acceptance, the real one, not the "I don´t care anymore,the hell with it" one
8 comentários:
esta será sempre uma discórdia entre nós. contudo, um belo texto, mais uma vez.
beijocas sis e espero que consigas o que realmente desejas, acceptance, the real one!
Discórdia? A religião..? LOL
thanks little sis.
So do I...so do I...
beijãooooooooooooooooo
VOU ESPERAR OS PRÓXIMOS TEXTOS!!!
Porque não sei se este é o primeiro de uma série ou o meio ou quem sabe o fim.
Mas concordo com sua irmã! pqp QUE BELO TEXTO, MOÇA!!!
Márcia :)))
Assim não vale! Quer dizer chega-se aqui diz-se que não se concorda e não se diz porquê??
Mas afinal não concordam com o quê? :)
Também não sei como vai ser daqui para a frente. Tenho aproveitado os meus bocados livres para escrever mas vou deixar de ter tempos livres ...é o fim de algumas coisas e o inicio de outras :)
Mas terei tempo para ir falando consigo ;)
um abraço bem forte minha amiga
Apenas quero esperar pelos outros que por certo virão depois deste. Não é novidade que adoro seu jeito de escrever até mesmo quando não concordo com alguns pontos (o que não é o caso deste)ou quando me falta informação suficiente para entender na íntegra.Muito mais do que o assunto, é a forma de escrever e as analogias que faz que me encantam e me fazem refletir.
Na verdade toda vez que leio penso: QUE BOM QUE QUE ESTÁ POR AÍ!!!QUE BOM TÊ-LA CONHECIDO!!!
beijos!!!!tantos quantos quiser!!!
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