julho 23, 2013

Terapia



Quando saiam do carro, logo as suas mãos se procuravam uma à outra, e, por baixo da mesa de qualquer café, as suas pernas instintivamente se tocavam. Não tinham corpos. Tinham imans. 

Um dia deu-lhe uma flor dos indianos e riram muito porque eram a letra de uma canção de amor. Não comiam, não dormiam, só pensavam um no outro. E mesmo quando não estavam juntos, estavam sempre um com o outro. Não tinham só almas. Tinham uma história antiga de Encontros por acabar.


Acontecera-lhes o Amor.
Queriam-se na alegria e queriam-se ainda mais na tristeza.
Respeitavam-se no silêncio que é necessário e falavam, sobretudo na cama, a linguagem que dispensa as palavras para ser entendida. Era isso. Entendiam-se. Muito bem.
Mesmo quando se desentendidam, compreendiam-se.


Por vezes pediam ajuda um ao outro porque unidos eram mais fortes, conforme foram descobrindo a cada teste de resistência à casinha com cerca branca que andavam a construir.
Ainda não havia acordo quanto ao cão.

À noite ficavam um bocado na varanda a admirar as estrelas e diziam obrigado baixinho. Ambos sabiam que haviam encontrado o seu lugar no Universo...


IdoMind
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