março 19, 2014

Olá Gordinho




Bom dia do Pai. 

Agora que somos os dois adultos, achas que conseguimos falar? Discordámos quase sempre de praticamente tudo, porém eu vivi para te agradar e tu viveste para me segurar. Sem jamais admitir. Claro, somos a cópia um do outro.


Outro pai ter-me-ia deixado dormir até mais tarde, mimado mais, poupado mais e, até talvez, amado mais. Ou pelo menos mostrado.
Tu não. Puxaste-me para a frente de todas as batalhas, e desde cedo me ensinaste que o Bom Combate se ganha de boa atitude em boa atitude. Que não se foge. Que não se encolhe. Que não se desiste. Que o medo não pode nunca ser maior que a Força.

Limpaste-me as feridas, mas nunca me impediste de cair...E o que cresci a julgar desamparo, foi afinal o que me fez mais Capaz e mais Mulher. Hoje eu não fujo, não me encolho e não desisto. Devo-te a minha integridade. Todas as minhas opções verticais. Honestas. Duras...


Pai, fizeste o que soubeste. 

Demorei estes anos todos para vê-lo. E reconhecê-lo.
Porque eu sou igual a ti - lenta, teimosa e difícil mas impossível de não se amar.

IdoMind 

about growind up, while my dad is growing old

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