abril 26, 2010

Parcialmente Nublado...ou não?

Nos últimos tempos tenho passado por experiências que me levaram a reavaliar valores e sobretudo relações.
Ponderar sobre o que ainda faz sentido manter na minha vida, cada vez maior (estranha, dirão alguns...) e aquilo ou aqueles de quem me devo despedir, reconhecendo a importância que tiveram na minha caminhada rumo a mim. E agradecendo-lhes.
O bem não é sempre bem e o mal não é sempre tão mau.
Tudo é parcialmente nublado.
Acredito que quem segue o Jardim, dá por si muitas vezes a pensar " Mas onde diabo foi ela buscar isto?"
Geralmente as minhas partilhas são bocados dos meus pensamentos, pedaços dos meus sentimentos sobre a vida conforme a vou vivendo. Por vezes são fruto de sonhos que tive, de algum encontro, de uma coincidência engraçada. Pode não parecer mas as sementes que aqui lanço têm uma razão de ser. Escrevo por um motivo...e com uma finalidade.
Explico-vos isto porque hoje me apetece-me partilhar convosco um video da Pixar. São cerca de 5 minutos que me fazem pensar várias horas. 
Até onde devemos ir, até onde devemos aceitar, até que ponto sofrer por aquilo que julgamos ser O correcto ? Como saber quando continuar e quando desistir. Haverá valores que se devem sobrepor à nossa felicidade individual?
Se tiverem paciência vejam. Se tiverem vontade, partilhem.



IdoMind
about cloudy things

abril 16, 2010

My Shin´s Day!!!!

Eu e tu. Somos sempre eu e tu.
Os anos passaram. Já lá vão alguns. Quase todos bastante dificeis.
E agora que olho para trás parece que a infância foi a mais longa das alturas.
Sobretudo a tua, que nunca na verdade largaste.
Mais uma férias. Faltas, muitas faltas e mais uma falsificação de assinatura.
Mais uma briga com o matulão repetente da escola que se meteu com a míuda do 1.º ano.
Mais uma mochila perdida...
Mais uma mentira aos pais.
E a tua força minha irmã. Essa tua força que vem de tal forma de ti que a Terra poderia girar duas vezes por dia.
Sabes, não estás muito diferente dessa criança rebelde, inconformada, que não ia embora para casa com um não.
Continuas inocente. Acreditas nas coisas e, Meu Deus, acreditas nas pessoas. De verdade. Com intensidade. Dedicas-te. Oferesces-te. Sofres, quando te dás conta que afinal só tu continuaste criança... No mundo perfeito que queres, os adultos deviam viver a brincar e brincar de viver. Acreditando que tudo isto é apenas um recreio.
As tuas pressas. A tua urgência no fazer. E rápido!
Ainda me irritas um bocado com isso mas também é por isso que te respeito.Tu és a que faz sempre alguma coisa...Porque é que toda a gente não vai brincar contigo, não é? :)
Tu és a que dança de mãos dadas cantando a todos que se juntem à festa.
Tu e eu, agora mulheres, à procura de nós.
Continuo assim, como na foto, por trás de ti, guardando-te. Mesmo quando parece que não me importo contigo. Mesmo quando não me vês. Como os anjos.
Tu e eu. No príncipio, agora e, gostava muito, sempre...
Amo-te
Parabéns

E se ainda tinhas algumas dúvidas que sou capaz de qualquer coisa por ti, aqui vai...

abril 15, 2010

Quando não há saída

Invento uma. Pode não ser logo. Preciso quase sempre de esperar que o pânico passe. Às vezes calha de chorar quando o medo fica mesmo assustador. Vem o desespero e espero um pouco mais. Não o contenho, não o controlo e não me iludo. A pedra está ali. É enorme. Praticamente um muro. Fico pequena. Falo sozinha. Lamento ser pequena e falar sozinha. Sento-me a ter pena de mim por tudo o que me acontece e que não mereço. Lá para o final do dia, e como o muro não desaparece, chamo a cabeça de volta para junto do pescoço. “ Anda lá, é só mais um desafio. Faz o que fazes tão bem – pensa.” Diz a mesma voz que me ensinou a acreditar no impossível.
Repouso então os olhos no que está à minha frente. De que forma trouxe eu isto à minha vida. A Lei é justa, só devolve o que geramos. Que filhos dei eu à luz cuja maternidade me custa agora reconhecer.
O burburinho do mundo confunde-me. Rodeio-me por isso do silêncio que preciso para falar comigo e ouvir o que tenho a dizer-me. É assim, calada e quieta, que faço o exercício da honestidade. Onde foi que podia ter ido pela avenida ampla da esquerda e fui pela ruela estreita mais à direita. De propósito. Que palavras a dançar nos meus lábio abafei. Que gestos pendentes anulei. Deixei novamente que pensamentos descontrolados dessem vida aos meus temores.

A ignorância é um luxo que se paga caro. Ainda ando aos trambolhões pela toca abaixo aprendendo que O País das Maravilhas pode ser pouco maravilhoso. E mais profundo do que pensava. De quando em quando ainda acho que há insignificâncias no Universo. Coisas mínusculas e sem importância que vão passar despercebidas. Como se o Universo fizesse pausas e não me prestasse atenção. Como se eu não fosse o Universo. Depressa, e cada vez mais depressa, é-me mostrado que tudo importa. Que tudo volta.

Este é o meu pecado – recusar-me a ser Deus. E a que é a maior das bênçãos torna-se na maldição que me leva a momentos como estes. De joelhos, em sincera confissão.
Conheço bem as minhas fraquezas. Tu conheces as tuas. Negá-lo é perpetuar a repetição da mesma dor. Das mesmas quedas. Das mesmas perdas…
E eu estou tão cansada…Tu não estás?
Bom, tenho de fazer qualquer coisa quanto a este muro. Quero continuar. Quero ver o que está para lá deste bocado de chão. Ainda de joelhos, ainda em silêncio, olho para cima e peço ajuda.
Prometo-me vigiar-me. Com muito amor, porque faz parte de ser humano não ser perfeito.
Prometo-me aceitar-me. Sem culpa, porque as diferenças são a cor do mundo.
Prometo-me mudar-me. Sempre, porque as mudanças são boleias das estrelas.
Sei que a felicidade não é uma opção. Só o tempo que demoro a reconhecê-lo.
A felicidade sou eu a agradecer todos os muros que ergo para chegar mais perto do Céu.
Como este.
Idomind
About Recognizing
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