julho 31, 2014

sombreados


Há os Inventores de Caminhos.
De palavras.
De rimas,
com travo
a dor
a perda
a dia seguinte.

Há os Criadores de Histórias.
De tanta vida.
Da música
com sabor
a queda
a bofetada
ao que foi e não volta.

Há os que Continuam.

E há os outros...
os que nunca saem das suas sombras...

IdoMind

about masks

falemos



Estou a dar-te o meu tudo. Estou, pela primeira vez, a dar tudo.
O que não significa que tenhas de o aceitar.
Mas eu tenho de subir este degrau, largar quem sempre me julguei, para descobrir quem posso ser. E tu estás a ajudar-me. Descobriste-me os trilhos apagados. Mas amor, não tens de os explorar comigo.

Não quero nada de ti. É o que estou a tentar dizer-te desde o princípio. É por mim que te digo como és bonito. É por mim que te estimo e te mimo e cuido de ti como se cuida de todas as coisas que têm um valor muito particular para nós. É por mim que faço crescer o melhor de ambos. É isso que importa, dar de comer ao Amor que temos nos braços recém-nascido.

Peço-te apenas um favor, se puderes e se quiseres, sê honesto comigo. Não vou morrer se me disseres “desculpa, não sinto o mesmo”. Vou chorar um bocado, crescer outro tanto, vou seguir e, no fim, vou olhar-te com respeito. Para sempre.

Que a minha passagem por ti seja forte o suficiente, para não caíres na cobardia de me iludir. E magoar mais do que é preciso.

IdoMind

about word left unspoken

Pedra a Pedra


Ainda te choro, assim do nada.
Uma música que toca e és tu quem ali está a cantar-ma. Apareces-me e levas-me para aquela tarde estranha em que não queríamos mais estar zangados, mas não sabíamos como fazer as pazes. E então a música tocou. E foi mais fácil pedir-te colo.E foste mais rápido em mo dar.

No outro dia até te chorei através do choro de uma amiga e das dores que lhe andavam a fazer no peito. Como as que achei que nos fizemos um ou outro. Lembrei-nos a avançar milímetros na mesma direcção, para depois recuarmos quilómetros em sentidos opostos. Mas demos por nós mais perdidos sozinhos do que a desbravar um caminho juntos. E voltámos para trás. Encontramo-nos ao meio e demos de novo as mãos. Até que as largámos de vez porque a promessa de mudança foi deixando de bastar para o regresso a Casa a cada volta cada vez mais longa...

Tenho-te chorado mais agora, assim do nada, porque não morreste simplesmente. Fomos cúmplices no homicídio lento da vida que havia em nós.

E como são pesadas as lágrimas de saudade quando carregadas de remorsos...

IdoMind

about...flashbacks

Sou-te



És a flor que eu não cheiro,
os pézinhos de criança
que eu não beijo.
És o pedido que nunca faço
o passeio adiado
o olhar desviado.
És da alma,
o meu melhor pedaço.

És o idioma estrangeiro
o prenúncio de mudança
de um para sempre passageiro.
És a palavra engasgada
a canção da minha vida.
Uma chegada,
com despedida
És Lição inacabada.

És poema, sem saber.
Segredo bem guardado.
És meu e sem te ter
não te posso nunca perder;
Somos Um, somos Fado.

IdoMind

about our eternal little dance
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