setembro 19, 2011

Morrer - Parte I

Há pessoas a morrer mal. Abandonadas ao pânico da viagem que têm de realizar sozinhas. Sem saberem para onde vão. Se há um sítio para onde se vai. Se vão, sequer… E não é a morte que temem afinal, mas sim o “ e agora?” que não conseguem responder. Estão em cima da linha que divide o visível do Invisível e desejam tanto que o tivessem visto mais cedo. Que tivessem sido boas pessoas, bons maridos, melhores irmãs e irmãos. Ido à missa. Ajudado África. Ou aquele velhote do prédio da esquina de quem todos se esqueceram mas que também tem estômago. Fica doente. Só…e assustado. Nunca ter dito “não vales nada”,“nunca vais conseguir” e “ era só isso?” a quem teve de esforçar-se o dobro para acreditar em si depois.
E o profano ensina, pela última vez, que é Sagrado. Perto do fim, a palavra Desperdício faz-se entender. E faz chorar…E mete medo…E agora?
O Arrependimento junta-se à festa de despedida e o adeus fica mais escuro. Muito mais árduo. Lamentam-se as mentiras. As omissões. Todos os actos intencionais de desamor. Todo o esforço empenhado a treinar o ego no maneio da faca. O sorriso que não se deu porque não fizeram por o merecer. Cara-feia e meias-palavras ditas em jeito de frete para ver se aprende. Era o que mais faltava, ser compreensiva com a diferença. Paciente com crescimentos mais lentos. Era o que faltava…
Mas foi mesmo o que faltou. Aproveitar A oportunidade para nos inventarmos graciosos, porque é de Graça que somos feitos. Faltou ouvir a voz que nos pergunta como vai a nossa cabeça para o travesseiro diante das opções que fazemos. Que perpetuamos. As que deixamos de fazer por orgulho ou falta dele. Faltou coragem para viver a vida a sério. Para amar a sério. Para Ser a sério. É a morte que o mostra. E pede-se perdão…Com tanta tanta dor.
É assim que se morre mal – esmagados pelo remorso e a incerteza da pena.

Se eu morresse hoje, morria bem. Não porque fiz sempre tudo certo. Não porque fui sempre correcta. Uma boa menina. Filha exemplar ou amiga presente. Não estive sempre à altura da essência que trouxe aqui a passear. Fiz coisas más, das piores maneiras. Experimentei o que não me favorece para descobrir o que me assenta como uma luva. Pode ser que um dia escreva sobre todos os desvios e todas as paragens que me mantiveram longe de Casa. Será uma interessante trilogia… que sirva para me aproximar de todos que se acham dignos de arder numa fogueira qualquer porque não atingiram a perfeição dos mártires e dos que acham que pelo martírio evitam a fogueira.

Vou morrer bem porque aproveitei para pedir desculpa, ainda que algumas das vezes tarde de mais para reparar certos danos. Faz parte perder para aprender a ser humilde. Aproveitei para aprender isso. Aproveitei para dizer amo-te, para dar o tal sorriso. Para substituir a precipitação pela reflexão. Continuo a perder e a ter de pedir desculpa. Ainda me apetece fazer o que sei mal porque me sabe bem. Porque estou habituada e tem de ser aos poucos.

Sei tudo isto e sei que vou morrer bem porque o que está em cima é como o que está em baixo, e o que está em baixo é como o que está em cima”.Se posso escolher como quero viver é certo que posso escolher como quero morrer.
Vou por isso em paz. A flutuar enquanto largo os sacos da Terra na terra. Fiz o que pude como soube. E consegui. Quase sempre. Quanto às que não consegui, paciência. Na volta da roda poderei fazer diferente. Uma destas vidas, acerto…Morre mal quem acredita na Morte e não sabe nada sobre rodas que giram.
Eu não morro, mudo o tempo e o lugar da minha História Interminável.
IdoMind
about painful and quite silly ideias about God, Heaven and Hell 

setembro 16, 2011

Calma aí

Poupa-me. Quem pensas que és para me falar de pecado? Para esticar esse dedo direitinho em direcção do meu peito, como se andasse destapado. Como se o pudesses ver. Aos murros contra a pele…Que sabes tu de mim? Do que fiz porque tive de fazer. Porque era o que eu sabia fazer. Do que disse porque estava assustada. Cheia de dores. Porque queria que me deixassem em paz e há palavras boas para isso. Que eu conheço tão bem. Não te atrevas a largar culpa ao meu colo. Nem ouses manchar de arrependimento o fez de mim Melhor. E Mulher.
Está feito. Está dito. Está lá trás. E lá trás é aquele lugar que só vai quem se recusar a ir em frente.
Queres saber como cheguei aqui? Devagar. Graças às visitas imbecis e sempre tão severas lá trás. Nada passou num instante. Nada passou sem ser notado. Sem deixar marca grossa a assinalar a sua passagem. E derrapagem. O que eu crio é barulhento. Faz ecos. Longos. Ao fim de anos, se me encostar, em alturas como esta, ainda oiço os seus cochichos. Não preciso, por isso, que me lembres nada sobre castigos. Inventei tantos. Sim, castiguei-me. Dispenso Deus dessa tarefa. Sou adulta. Os adultos não culpam os santos surdos, os pais ausentes ou violentos, a sociedade ocupada a consumir, a vida que não espera, pelas consequências dos seus próprios actos. Os adultos sabem que a cama que fizerem é a cama em que se deitam. Foi o que me aconteceu. Escolhi o castigo quando escolhi fazer uma cama às pressas. Contrariada. Por medo. Infeliz. Fiz camas a chorar, acreditas...? Sem metáfora. A Lei funcionou de todas as vezes com a precisão matemática que usei, então, a meu desfavor. Já tiveste vergonha de ti? Eu já. Já quis não ser eu. Queres maior castigo?

Guarda para ti os teus juízos. Sobre mim. Sobre os outros. Sobre o que vês. Ouves. Acontece. Deixa a vida fazer o seu trabalho levando a cada um o que lhe pertence. Fá-lo por ti, porque a mesma medida te será aplicada. Assim é. Evita timbrar as tuas etiquetas por aí. Não conheces todos os rótulos. Nem a matéria de que cada um de nós foi coleccionando. Amontoando. Carregando. Transmutando no milagre alquímico do perdão a si mesmo.
Não sabes nada. Somos mistérios uns para os outros. Aceita-o.
Aceita-me. Com um percurso. Com camas mal feitas.Com histórias para te contar sobre pecados originais. Obrigatórios. Erros previstos. Escolhidos…Aprendidos. Esquecidos. Pagos…Males que foram os meus maiores Bens.
Aceita que o que julgas que é, pode não Ser.
IdoMind
about who doesn´t

setembro 08, 2011

Puro e Duro

Começo por fim a entender as frases feitas dos pensadores famosos, os delírios dos poetas e as utopias tibetanas, budistas e aparentadas. Encontrei-lhes outro sentido para além da beleza literária que enche o intelecto a uns e o facebook de outros… São os pensamentos de alguém imortalizados pela palavra. Nada mal para missão de vida, criar uma obra imortal…Uauu! Sobreviveram à mutabilidade dos tempos, das modas, inversões e subversões sobre o que vamos considerando certo ou errado, para chegaram até nós, incólumes. Quanto conhecimento se perdeu no sangue entornado pelos valores que afinal não tinham valor algum e que ardeu nas muitas fogueiras de fanatismo ateadas pela ignorância humana.
Cada livro é por isso um herói, que ao longo da sua história foi encontrando amigos, cúmplices, visionários corajosos, que lhe deram protecção para que o conhecimento não se perdesse, não ardesse, não se esquecesse.
Somos uns ingratos. Crianças mimadas e mal agradecidas. Tomamos por garantidos certos direitos que a lei hoje consagra, só porque ontem alguém deu a vida por eles. De direitos percebemos nós. Tanto, que sem termos feito grande coisa para os conquistar sentados na segurança da nossa cadeira no trabalho ou da poltrona de casa, nos achamos no direito de os desonrar, exercendo-os de modo egoísta, inconsequente e socialmente irresponsável. “ O que não é bom para a colmeia não é bom para a abelha”- disse-me um livro.
Aliás, os meus heróis preferidos falam-me disto de agir com elevação. Com consciência. Dos nossos actos. Dos respectivos e, tão infalivelmente, pontuais efeitos. Com respeito. Por tudo quanto nos cerca.Com fidelidade. Para com a nossa verdade mais profunda. Os meus heróis contam-me sobre pessoas estranhas que não temem a morte mas sim a forma como escolhem viver…
Não lhes interessam os direitos. Não os move o reconhecimento, a riqueza, o poder. Dá-lhes repulsa os ratos escondidos em buracos, longe da luz do dia, sobrevivendo à custa do lixo, dos restos, da sujidade do Homem.

Não. Nos meus heróis encontro quem abriu o peito à espada para que as espadas deixassem de fazer sentido. Foi pelo exemplo que sublimaram a sua existência. E de tão forma tão sublime que o tempo os recompensou com a eternidade.
Abriram e preparam os caminhos que nos trouxeram aqui. Foram pioneiros no meio de seguidores. Mudaram mentalidades. Sociedades. Decapitaram despotismos. Fizerem frente, de frente, à injustiça. Ao que não era Bom para todos…E foi assim que chegámos aqui, à Era dos Direitos…
Que temos nós feito? Além de falar mal… Estou convencida que, se protestar pagasse imposto, também isso deixaríamos de fazer. Somos gatos gordos domesticados pelos frigoríficos cheios e prendas de Natal supérfluas e desnecessárias. Começam agora a ver-se algumas garras com os frigoríficos a esvaziar e dinheiro quase só para o essencial.
Estamos afunilados na única saída possível: Mudar. A forma de pensar. A forma de agir. A forma de estar. A nossa forma… Temos de sair da forma para ganhar uma nova. Muito maior. Muito melhor. É um privilégio estarmos aqui agora. Está a ser-nos concedida a oportunidade de também nós sermos pioneiros como as pessoas sobre as quais lemos e levarmos a Humanidade mais perto da Perfeição.
Não é preciso esperar por ninguém. É só dar o exemplo.

IdoMind
about what´s coming

setembro 06, 2011

Desculpa lá

Ela ainda não sabia nada acerca de renúncia e já tinha renunciado a quase tudo. Habituou-se a perder. O que até poderia ser positivo se em alguma dessas vezes tivesse equacionado a hipótese de ganhar. Se na outra ponta do arame se tivesse visto a conseguir.
Quando a conheci pensei que todos nós deveríamos andar com um espelho num bolso. Assim, a jeito de porta-chaves, sempre à mão, pronto a devolver a imagem diante dele. E no outro bolso, um livro de notas onde pudéssemos apontar o que tínhamos visto. Era capaz de se revelar interessante reler os nossos apontamentos um ano depois de os termos iniciado. O que seríamos capaz de ler e de retirar? O que encontraríamos nas entrelinhas do nosso jornal diário? A mesma pessoa de sempre? As mesmas situações de sempre com personagens diferentes? Ciclos?

Estou a desviar-me. Mas ela tem esse efeito em mim, desvia-me. Disperso-me entre as mil pessoas dentro dela, perco-me sem saber qual delas está ali comigo. Conhecia-a. Uma pessoa incapaz de dizer que não e de gritar o seu sim. Aquelas que rearranjam a sua agenda, movem para cima e para baixo a sua lista de "coisas para fazer” consoante a lista dos outros. Tão solícita a todo o tempo que as pessoas começaram a esquecer-se de lhe perguntar se pode. Pior, se quer. Acho que isso acontece quando nos esquecemos de nós, o mundo ocupa o nosso apertado metro quadrado e, sem querer, pisa-nos…Não reparam que estamos ali.
Não tenho por ela a menor empatia. Faz-me lembrar as protagonistas dos filmes de terror que eu gosto, a mulher mártir do marido ignóbil, de dia boazinha e à noite ocupada a enterrar cadáveres na cave, à frente do vizinho deficiente que mantém refém na mesma cave.
Assustam-me as pessoas que não lutam pelos seus sonhos. E assustam-me ainda mais as que não sonham. A terra faz-nos coisas esquisitas se nos mantivermos presos a ela. Até apaga a memória da nossa origem e prende-nos na ilusão de que não somos os únicos responsáveis pela nossa felicidade. Ou infelicidade.

Com o tempo e o convívio fui percebendo que a disponibilidade dela não é inocente, nem desinteressada. É a sua moeda de troca. Ela permuta o seu tempo pelo afecto que de outro modo, julga ela, não teria. Faz-se amar às custas da falta de amor por si. Ainda que contrariada, ainda que cansada, ainda que desfeita por dentro depois de um dia daqueles, se lhe pedirem que passe pelo infantário para ir buscar o filho de uma amiga que tem cabeleireiro àquela hora, ela vai. Ainda que tenha conseguido, ao fim de três anos, combinar cinema com o colega de trabalho por quem nutre a mais acalorada e secreta atracção, desiste se a mãe lhe pedir para ir instalar a televisão nova que a Worten acabou de deixar lá em casa. Portanto só vive nos intervalos da vida dos outros.

Esta poderia ser só a minha percepção, alimentada pelo mau génio, ao que parece, genético, a retirar conclusões afiadas sobre o que considero fraqueza de espírito. Mas acontece que ela chorou. Calou a multidão dentro de si e permitiu-se chorar. De dor. Dói-lhe o coração. Finalmente. E as cortinas caíram. O teatro fechou por dor de coração da artista convidada.
Puxei-a para mim a rebentar de Amor por ela:
-“ Ninguém gosta de ti porque ninguém sabe quem és. Gostam da pessoa que lhes faz os favores, que está sempre pronta para ajudar, que não se exalta, que não diz “ vai tu”. Eu mesma só hoje estou a ver-te. Pela primeira vez, ao fim destes anos todos. Afinal és terráquea como eu! Juro-te que cheguei a pensar que tinhas vindo do espaço! Andava a estudar uma maneira de te ver o umbigo!”
O choro misturou-se com o riso na confirmação evidente que assim é a vida, nem muito isto, nem muito aquilo, mas uma receita onde se mistura um pouco de tudo. Daí o seu sabor agridoce...

Arrasou com a minha fantasia e explicou-me que não tem super-poderes. Que não consegue esticar o tempo, nem estar em vários lugares ao mesmo tempo. Nem sequer consegue adivinhar o que cada um quer ou busca  dela. Habituou-se a habituar os outros a precisar dela. Para isso, foi aos poucos desabituando-se de si mesma. Diluiu-se na corrente. A gota deixou de se ver maré.
Indagou-me sobre o motivo dessa necessidade de agradar a todos, da incapacidade de negar um pedido, do medo de ofender alguém se o fizesse. Não lhe soube responder porque não sei que pão ela já comeu. Certas respostas escondem certas recompensas, que nos cabe só a nós encontrar.
Pedi com toda a força ao meu Deus que tendo-lhe dado a lucidez para detectar o problema, lhe desse a sabedoria para criar a solução.
"Faz com que não seja vitimizar-se.Faz com que não seja vitimizar-me"- pedia eu cheia de fé, mais nela do que em Deus, a quem tanto faz como e quando chegamos até Ele.
Do outro lado do arame estamos muitos, os que ganham simpatia pela indiferença. Os que não fazem nada por ninguém a não ser por eles mesmos.
Algures no meio, onde os pássaros poisam para conversar uns com os outros, deve estar a formula para a  paz que foge dos extremos.
Idomind.
about balance

setembro 01, 2011

Quem vai ali, também sou eu

- Mas tens prioridade. Passa.
Ignorei e parei, permitindo a passagem de um autocarro.
- Agora vamos ter de levar com ele! – protestou aquela melga, em forma de gente, a quem tive a gentileza de dar boleia.
Coloquei a minha mão em cima da dele:
- São quase seis da tarde. Naquele autocarro vão muitas pessoas, aqui só vamos dois. Sujeitam-se aos horários, ao desconforto, ao barulho. Devem estar mortos por chegar a casa. Para nós o dia acabou. Vamos aqui, tranquilos, a ouvir Bon Iver…em direcção ao ginásio. Não te parece razoável que ceda a minha prioridade por aquelas pessoas? É o mínimo que posso fazer por elas.
- Deixa-me tocar-te!!! Foi a resposta do palhacito.
Claro que o resto do caminho foi despendido em profundas considerações filosóficas sobre a natureza humana. E desumana.
Ele chama-me sonhadora. Eu olho-me como a regra e não como a excepção. 
É minha convicção que a maior parte de nós cede, inteligentemente, nas insignificâncias pelo que tem significado. Que somos capazes de nos travar para não passar à frente de ninguém. Ainda que tenhamos prioridade. Ainda que possamos. Só porque podemos não quer dizer que devemos. Esta é a minha batalha, não adormecer ao volante. Vigilante a todos os pedaços desta vida e ao que por ela passa. A quem passa. Como passa…chamar por toda a minha bondade sobretudo quando as coisas dos homens estão a chamar por mim. Mesmo a pedir aquela palavra cujo impacto sabemos que irá ter. Aquele gesto estudado e o contra-gesto em resposta ao gesto obtido ao nosso gesto. Que canseira… O mal do Homem é presumir que entende o homem. Pensamos tanto, em tudo e até pelos outros, que preenchemos com o pensar o espaço do sentir. Do incontrolável. Nós controlamos. Somos controlados. E é assim que anda tudo dentro do controle. Mas nem por isso controlado. Os tempos que correm estão a ser mestres nesta lição. Viver não é controlar, é colaborar…

Não sei que aspecto do meu mapa astral que empurra para aí, se é um preço qualquer de vidas anteriores ou só fruto de uma, surpreendentemente, boa educação, mas a cada instante é essa a pergunta que me coloco: como posso colaborar para isto? 
Sinto-me melhor quando me sinto a contribuir. A ceder a minha pequena parte a favor da Grande Parte. A melhor parte para melhorar todas as partes. Experimentei e sei que é assim. Tudo o que faço só por mim não me chega. Nunca. E geralmente não funciona. É quando excedo os limites das minhas necessidades pessoais, dos meus pequenos desejos e, porque não admiti-lo, das minhas mediocridades, que vem aquele sentimento bom de ter feito alguma coisa importante mas que nem eu mesma sei bem o que foi. Sabem, aquela sensação quentinha que nos ilumina o dia. Que nos emociona sem percebermos porquê. É nesses momentos que sei que a Alma existe. E que eu tenho uma...
Sou mais feliz quando sou capaz de ir ao encontro dos outros com verdade, disposta a entender que, como eu, está ali com um percurso agarrado aos pés. E que às vezes a Estrada é magnética e atrai-nos contra o chão. Que as asas consigam exercer a força contrária e nos elevem.
Sempre…sempre…sempre…
IdoMind
About all parts
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