Fechei os olhos por um instante para descansar deste cinzento que me magoa a vista.E enegrece o coração.
Deixei a minha caneta pousada, assim como as minhas mãos, deste lado da vida onde tudo cabe numa gaveta qualquer. Até as pessoas. Vi-me por aí desarrumada, sem lugar onde me encaixar. Nenhuma das cores era a minha. Entre o preto e o branco há um arco-íris infinito dentro de cada um de nós.
Eu vejo todos os arco-íris que se erguem nas almas depois dos dilúvios. Naquelas que naufragaram e cuja pomba ainda não voltou. Nas que flutuam por entre as marés sem tirar os olhos do céu. Nas outras que se bastam com um guarda-chuva porque nada é para sempre. Nem a pior das tempestades.
Eu vejo todos os arco-íris que se erguem nas almas depois dos dilúvios. Naquelas que naufragaram e cuja pomba ainda não voltou. Nas que flutuam por entre as marés sem tirar os olhos do céu. Nas outras que se bastam com um guarda-chuva porque nada é para sempre. Nem a pior das tempestades.
Sou o pai impaciente a tentar o seu melhor. Sou a mãe que chora de cansaço. Sou a pessoa que passa, sem sonhos porque carrega as marcas de cada acordar. Sou o homem assustado que finge uma coragem que não tem. Sou a mulher dos dias de hoje a quem as decepções foram amputando os sentimentos. Sou o vizinho que precisa de ser rude para saber que alguém o ouve. Sou aquele que não sabe quem é.
Eu sou todos os que ainda não me viram neles. E às vezes procuro um lugar apenas para estar. Com quem estar. Mostrar que também posso caber na gaveta ou num desses armários com nomes.
Mas eu sou a etiqueta em branco que esvoaça por entre os corredores dos certos e dos errados.
Gosto de mim assim, por preencher. Letra alguma me pode gravar além da que é escrita com amor. Nesta pele, eu própria vou escrevendo a minha identidade. A que eu reconheço.
Quis tanto ser igual que revelei ainda mais a diferença. Eu sou a diferença. Tu também. E como é lindo o que nos distingue.
Gosto de mim assim, por preencher. Letra alguma me pode gravar além da que é escrita com amor. Nesta pele, eu própria vou escrevendo a minha identidade. A que eu reconheço.
Quis tanto ser igual que revelei ainda mais a diferença. Eu sou a diferença. Tu também. E como é lindo o que nos distingue.
Sentei-me muitas vezes aqui para falar de fantasias, para inventar loucuras e partilhar as minhas visões de Deus. De todas me levantei triste porque a inspiração desaparecera juntamente com o meu despropositado bom humor.
Hoje, ao cabo de cerca de um mês, consegui de novo cuidar do Jardim, deixado ao abandono como um baldio qualquer.
Estou de regresso e com algumas histórias para contar.
Se eu podia dizer tudo isto com “ Estive a pensar na vida”?
Podia. Mas não era a mesma coisa…
: )
: )
IdoMind
About taking a break
About taking a break
6 comentários:
Bem vinda minha irmã linda, a tua escrita continua deliciosa e podias de facto dizer tudo isso muito mais rápido, mas isso não era tão belo!!!
Hoje escrevi um post desabafo que sairá na sexta-feira pensei tanto em ti quando escrevia, pois a forma foi inspirada em ti!!! não o conteúdo!!!
Volta para aqui, onde és tu sem amarras, sem floreados, apenas tu!!! E claro, porque aqui te inspiras a ser ainda melhor lá fora!!!
Beijocas e tenho suadades
Tudo combinado para sábado, ficamos com o dia para nós???
Até tremo, Shin, até tremo...um post desabafo e pensaste em mim?! Medo!
Sabe tão bem descansar no Jardim que inventaste para mim. Levarei muitas vidas a agradecer-te.
Saturday, sisters day!!
Marte e Vénus. Vai ser lindo, vai.
Mil beijos minha parceira de caminho
Olá Ido, já tinha saudades de ler os teus textos.Espero que corra tudo bem no sábado para as manas.Beijocas.
Fátima linda
e eu tinha saudades tuas.
Quando te decides a vir a um destes encontros?
Um grande beijo
Olá IdoMind
Mais um texto adorável cheio de recantos por escrever e de palavras por pintar.
Um beijo
O viajante
Meu amigo Viajante
Adorável...não combina com a IdoMind, mas de facto engano bem nos textos...lol
Um milhão de beijos
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