junho 15, 2011

Num eclipse qualquer

Ajuda-me. Não quero ser feia. Nem fazer coisas feias. Daquelas que aleijam e marcam e mudam as pessoas de formas que não imaginamos. Que quase nunca prevemos. Não quero andar por aí a ensombrar a luz de ninguém, acesa e mantida às vezes a tanto custo. Se adivinhássemos o peso de alguns sorrisos, chorávamos. Eu não quero ter de adivinhar o que carregas com esses olhos doces. Os mil desesperos agrilhoados na tua voz amiga. O que levas para a almofada e abafas lá, nesses sítios que precisam de palavras-passe.
Salva-me do egoísmo de me julgar a única filha de uma Mãe austera. Diz-me que também tens medo. Seja do que for. Ou não digas nada e pede-me só um abraço… Mas desaperta-me o nó da venda que te tolda de mim. Ajuda-me a Ver-te.

Desembaraça-medo arame farpado e segura-me enquanto dou o pulo para o teu lado da cerca. Recebe-me com carinho. Estou em bruto e também embrutecida. Desenvolvi sentidos apurados de defesa e de ataque porque em tempos me vi gazela numa selva feroz. Aprendi a misturar-me. A passar despercebida para não ter que lutar. Tornei-me hábil a criar distracções para evitar respostas urgentes, escolhas arriscadas e, no fundo, assumir quem sou. Fui sendo conforme me foram permitindo, de modo mais ou menos indolor, de todas as cores sem mostrar a minha. Este foi o meu plano de fuga do que se chama viver. Não me apetecia o incómodo da conquista e fiquei-me pela indiferença.

Revelei-te o meu esquema. E ainda oiço o seu apelo ao longe, algumas vezes. Com algumas pessoas...Ainda é fácil gelar as emoções e desligar-me da corrente. Desunir-me de tudo o que exige a exposição da minha fragilidade. E ficar fechada na caixa. Mas não quero. Cá fora estás tu…
A alegria pelos sucessos dos que amo. O companheirismo que se revela naquela etapa mais dura. A felicidade de um convite. De uma descoberta. De um Encontro…
Vou ficar. Ajuda-me estimar-te. A tratar-te bem. Sem fios que se puxam para fazer mexer a cabeça ou o coração. Sem leituras de pensamento. Sem esperar nada. Nem palavras, nem gestos, nem a chegada das pessoas que não somos. Eu e tu a sermos eu e tu. Só. A partilhar idiotices inconfessáveis. A confidenciar mágoas e ecos de episódios com finais pouco felizes. A entregar a chave que nos abre a Alma.
Esta é a minha. E podes entrar…

IdoMind
about nudity

6 comentários:

Marisa Borges disse...

e biba a chuba...ai quer dizer o elipse!!!!

Faz parecer tudo tão fácil...que assim seja!!!Eu cá estarei sempre :*

lobiu nuinha e tudo

Onda Encantada disse...

Just say....

I... Do!!!!!

(no mind)!!!!


LOBEIU2 :)))

Cristina Dionísio disse...

Aí, o eclipse miúda!
Gosto da simplicidade lindo.
Abracinho, vou passar para te dar ;)

IdoMind disse...

Shin linda

Sabes que na base da minha ruína estás tu, certo? :)) Obrigada pela paciência...pelo Jardim...

Adoro-te
eclipse do catano!!

IdoMind disse...

Ondinha!!!

Saudades tuas pá!

Dizer assim I do...tenho de ler bem as condições, as letras miudinhas, ter um tempo para reflexão e só depois, eventualmente, dizer sim. lool

Sou mesmo calhau...E daquele tipo marmore...

Love ya to...a lot
(O nosso jantar de Verão?

IdoMind disse...

Cristininha...

Isto é que é ser mulher de palavra - abraço dado! lolllol

Está tudo na simplicidade ;)

Pois, o eclipse não foi só para mim, né. Vamos ver como correm estes meses...

beijoooooo

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