janeiro 29, 2009

O Jogo



Um desabafo que escrevi há algum tempo e que hoje me apeteceu ressuscitar:


"Vivemos tempos de manifesta insanidade. Toda a gente busca não sabe bem o quê, para quê ou como consegui-lo.Entretanto, vai-se procurando aqui e ali. Vasculham-se as esquinas, respira-se a noite enquanto o dia não chega e chafurda-se nas poças de lama enquanto se sonha com o oasis.Também o faço. Mantenho, contudo, a humildade de admitir que assim é. Que sou uma alma caída na humanidade a viver as coisas e as dúvidas próprias dos Homens. Admito que tento e que falho. Admito que a maior parte das vezes caminho cega, confiante que nenhuma pedra me fará tropeçar.Admito sobretudo que tenho medo.Não é fácil deixar cair a roupa e mostrar quem somos.Não há garantias que vão gostar de nós.Mas mil vezes ser rejeitada por aquilo que sou, que amada pela ideia que possam ter de mim.
Se pudesse lançava um feitiço de honestidade….Faria com que todos saíssem das sombras, deitassem fora a bagagem inútil que carregam e os faz vergar, para que assim, corajosos e livres, gritassem: “ Este sou eu.”
Devíamos jogar o jogo de forma limpa para que não houvesse necessidade de ir viciando as regras ao longo da partida. Nada de esquemas, mentiras ou, como outros, mais comodistas, preferem chamar, de meias verdades.É que no final toda a gente perde.Nada de batotas. Nada de fingimentos. Nada de dizer o que não se pensa. Nada de fazer o que não se sente.Sermos nós. Apenas. E já seria tanto…"
É um convite que renovo.
Boa sorte a todos
Because I do Mind
about breathing...

4 comentários:

Unknown disse...

Muito obrigada pelo "desabafo"! Faz tanto tanto sentido... Continuo sem perceber porque é que tanta gente escolhe viver doutra forma que não essa, a do "feitiço da honestidade". (Não quer dizer que consigamos de facto ser honestos a 100% o tempo todo, mas podemos e devemos tentar...) Talvez porque quando se vive na inconsciência, não se trata de "escolha" mas simplesmente de "ignorância", de não conseguir conceber a hipótese de que é possível ser de outra forma. Talvez seja isso.

Marisa Borges disse...

Linda IdoMind,

revejo-me completamente nas tuas palavras...quem não erra? Quem não se deixa envolver nesta densidade? Mas como tu, ergo-me sempre e renovada como uma fénix!
Quanto ao feitiço!!! Eu sou uma eterna apologista da verdade nua e crua, mas também aí erro. Recentemente, como tão bem sabes, deixei-me levar pelas teorias de que cada um está no seu caminho e merece a minha compreensão e dei por mim a ser falsa comigo própria.
Obrigada pois acordaste-me!!! Acima de tudo temos de ser nós próprios independentemente das teorias do Amor e da Compaixão, pois não as poderemos viver na totalidade se não as tivermos para connosco.

Um beijo gigantesco de agradecimento e amor

Shin Tau

Viajante disse...

Olá IdoMind
este desabafo intemporal que arrancou do fundo da sua alma com a fogosidade do costume põe a nu os diferentes tipos de problemas que enfrentamos durante o Caminho.
Existem duas palavras que fundamentam todas essas atitudes. Uma está no seu post o medo e a outra é o poder.
Só podemos ser nós próprios quando não tivermos medo e quando não quisermos controlar ninguem.
Tanto o medo de, como o poder sobre outrém, resultam do "ter", para que o tal feitiço resulte temos que nos preocupar cada vez mais com o "ser".
Mas hoje em dia ser honesto é facil a concorrência é pouca.

Saudações

O Viajante

Unknown disse...

Ainda a propósito deste tema, recebi hoje este texto do Nuno Michaels, "Flutuando entre Mundos", que gostaria de partilhar convosco.

http://www.nunomichaels.com/?p=519

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