“Um jardim que só pode ser alcançado ao passar-se através de uma série de jardins exteriores, conserva o seu segredo. Um templo a que só se acede após atravessar uma sequência de pátios adjacentes, torna-se uma coisa especial no coração de um homem. A magnificência do pico de uma montanha é aumentada pela dificuldade em atingir os vales mais altos onde ele pode passar a ser visto; a beleza de uma mulher é intensificada pela lentidão com que se revela; a grande beleza da margem de um rio – os seus juncos, as ratazanas de água, os peixes, as flores selvagens – é violada por uma abordagem demasiado directa; mesmo a ecologia não resiste a uma abordagem demasiado directa – a coisa será simplesmente devorada.
Devemos, por conseguinte, construir em torno de um local sagrado uma série de espaços que gradualmente intensifiquem o local e convirjam na sua direcção. O próprio local torna-se uma espécie de santuário interior, no âmago. E se o local for muito vasto – uma montanha – pode adoptar-se a mesma abordagem com lugares especiais de onde ele pode ser visto – um santuário interior, a que se acede ao fim de muitos níveis, que não é uma montanha mas um jardim, digamos, a partir do qual a montanha pode ser avistada com uma beleza especial. “
Christopher Alexander, Uma linguagem Padrão
2 comentários:
Gostei muito deste excerto, lembra-me que para chegarmos a algum lugar, devemos valorizar o percurso feito, algo em que acredito e me dedico.
Gracias mi darlin'
BEijocas grandes!
Um belo Caminho!
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