maio 04, 2011

O tempo não tem asas, comprou um jacto particular!


Hoje deu-me para parar. Seguir de olhos abertos, o que já ouvi tantas vezes de olhos fechados, e ver-me como uma personagem de uma história. Sem me envolver. Sem me identificar com a pessoa que me fui fazendo. Observar-me. De longe.
Só ainda passou meio-dia e já me fartei de rir. Gosto do que vejo. Gosto de mim nesta pele. Sou boa pessoa. Genuinamente empenhada em melhorar o que me rodeia. Acordo geralmente a cantar e confiante que todos os dias serão grandes dias. Faço rir. E rio também porque viver é muito giro. E dá prazer. Há a cama feita de lavado, o café fresco e o peculiar vizinho que antes do jogging matinal faz o seu aquecimento, mesmo em frente da janela da minha cozinha, de calçãozinho, meia branca e uma fita à rambo do fitness encaixada na cabeça.

O mar acompanha-me. Viver aqui, tão perto deste azul todo, faz-me sentir agradecida e lembra-me a menina, que conheci num dos meus voluntariados, perguntar-me como era a praia. Lembra-me que chorei nesse dia. Ninguém devia partir sem saber como é a água salgada a namorar-nos o corpo. Ou o som das ondas aos murmúrios. Ela partiu.

E vejo outra coisa que me agrada: eu gosto das pessoas. Por razão nenhuma em especial. Gosto delas. Desejo-lhes bem. Ajudo no que posso. E sobretudo no que me apetece. Recusar ajuda é muitas vezes a melhor forma de ajudar. Ninguém pode caminhar o Caminho alheio. E ainda que sofram connosco ninguém pode sofrer por nós. Acho que gosto da sensatez desta gaiata que arrendei…
Vejo-me a lidar tranquila com o meu lado menos luminoso. Ou iluminado.Com o facto de não ser perfeita. De ainda andar de grosa na mão a alisar arestas. Bem cortantes algumas delas. Eu sei. Observo isso daqui. As minhas palavras têm força. Que eu domino e direcciono com mestria. Porque algumas me fizeram mal também a mim, sou agora selectiva no meu vocabulário. Escolho expressar-me com e em Amor. Porque o Amor não dói. Nem destrói. Só a sua ausência. Eu escolho construir.
Agora vem a parte a engraçada. As noites em claro. As lágrimas queixo abaixo. O peito às palpitações descontroladas. Sem ser daquelas boas. As outras... Como se não bastasse ser humana, ainda sou mulher! Tenho a menstruação, a lua e uma série de processos bioquímicos a empurrar-me para o chocolate, para o charco aos beijos aos sapos e para o sexo descomprometido quando a paciência é atropelada pela vontade…Tenho renda para pagar. A idade a avançar. A gravidade a actuar. Ahhhh! São três quilos de Toblerone se faz favor!
Rio de novo. Sou divertida quando estou bem, mas sou hilariante quando estou mal.

Vejo daqui a minha irmã. E brilho muito. Ora ao abraço, ora ao palavrão, ela é a minha bomba de gasolina no meio do deserto. Reconheço daqui quem me ama. Só porque sim. Tanto, que até dá a sua paz quando a minha vai de férias. Ou emigra mesmo por uns tempos. Mais um palavrão, uns copos valentes em pura partilha ou aquele alinhamento dos chakras e fica tudo bem. Volto a rir pelo bom trabalho que os nossos pais fizeram… Duas e ambas destrambelhadas…
Vale a pena. Com tudo e por tudo, vale a pena. 
Gosto deste truque de olhar de cá cima para mim lá em baixo. Subo mais um degrau e quando mais alto estou, melhor vejo que a Vida é só uma perspectiva. Se mudarmos de lugar vamos vê-la de outra forma…
IdoMind
about random and apparently meaningless thoughts

2 comentários:

Marisa Borges disse...

e de repente percebi «A Shin dá bons finais» lol lol lol

muito bonito, sente-se mesmo a tua alegria em cada palavra, pausa ou exclamação. Muito bom MESMO!!!! Inspirador também, obrigada pela parte que me toca. Ando sorumbática e isso não é quem esta gaiata é!

Beijocas sis e de facto é muito bom ter-te ao meu lado!
Lobiu

IdoMind disse...

Mana,

Nem sempre, mas às vezes, sei o que digo..lol lol fazes mesmo finais felizes.

Estou mesmo alegre por andar por cá.Tenho tanto a agradecer... Olha, não sei se é a idade, de repente deu-me este sentimento de gratidão.

Essa gaiata...é linda...a minha bomba de gasolina. Mas até essas têm de ser abastecidas...Get what I mean?

Adoro-te mana
(tou feita coninhas...)

beijoss

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