Ele foi preparado às pressas, ao lado da menina agonizante, e espetaram-lhe uma agulha na veia. Ele mantinha-se quietinho e com o olhar fixo no tecto. Passado algum momento, deixou escapar um soluço e tapou o rosto com a mão que estava livre. O médico perguntou-lhe se estava a doer, e ele disse que não, mas não demorou muito a soluçar de novo, contendo as lágrimas. O médico ficou preocupado e voltou-lhe a perguntar e novamente o menino negou. Os soluços ocasionais deram lugar a um choro silencioso, mas ininterrupto. Era evidente que alguma coisa estava errada.
Foi então que apareceu uma enfermeira vietnamita de outra aldeia. O médico pediu-lhe que ela procurasse saber o que se estava a passar com Heng. Com voz meiga e doce, a enfermeira foi conversando com ele e explicando-lhe algumas coisas. E o rostinho do menino foi se aliviando. Minutos depois ele estava novamente tranquilo.
Nestes tempos em que o egóismo dança descontrolado em tantos corações, dando voz a afirmações perigosas como " já não há amigos, tenho é muitos conhecidos", "não podemos confiar em ninguém, temos de contar é connosco" " primeiro eu, depois eu, a seguir eu e então..." e outras similires que vão abrindo a fossa, cada vez maior, entre nós e os outros, apeteceu-me partilhar a pureza do doce Heng.
Sinto-me menos pequena cada vez que leio esta história porque vivo num sítio onde há quem dê todo o seu sangue para que um amigo viva.
O relato dizia ser verídico.
Resta-me acrescentar:
Quando conseguirmos dar todo o nosso sangue por alguém,
Quando conseguirmos, apesar da dor, manter o braço esticado,
Quando conseguirmos nos rostos do mundo ver o nosso amigo,
Quando finalmente nos lembrarmos que nós somos todos
13 comentários:
Olá IdoMind, lindo!Beijocas.
Querida Fátima
lindo era praticarmos estes ensinamentos...lol
um beijo
Ohhh doce IdoMind,
Que belo ensinamento!
De facto cada vez as pessoas se fecham mais num casulo de solidão e egoísmo.
Esta história devia passsar no noticiário. ;)
Beijocas
Querida Brise
Podes crer. Se mais gente soubesse que há hengs por aí podia ser que começassem a partir as armaduras que vestiram e pusessem os braços de fora...
beijos minha 2.ª marise favorita
Que beleza, não?
Olá IdoMind
Quando um dia tomarmos consciência de que a humanidade é um todo orgânico e que sempre que fazemos mal a alguém estamos a fazer mal a nós próprios então haverão muitos braços esticados não só para dar sangue mas sobretudo para abraçar.
Um abraço para ti
O Viajante
Apesar de haver toneladas de "pedra" para partir, até que a consciência de que somos todos um seja verdadeiramente sentida com o Coração, cabe a cada um de nós fazer "com que OS NOSSOS braços se estiquem" todos os dias, seja por "ela" ser nossa amiga... ou não! O Amor não julga.
Obrigada IdoMind.
Um abraço,
Patricia
IdoMind
Domingo é um dia bonito para doar selos. Tem 2 à sua espera no meu blogue 'Cova do Urso'. Se os quiser recolher ou apenas aquele que mais gostar, o endereço é este:
http://cova-do-urso.blogspot.com/2009/08/selos-e-premios.html
Abraço
António
Doce Adriana,
tu é que és uma beleza...
Beijinhos
Meu amigo Viajado ; )
outro abraço para ti, com os braços bem esticados.
Minha Patrícia linda,
Sim, antes de esperarmos o que quer que seja, tem de haver em nós, no nosso coração, essa vontade de esticar o braço.
Cada um de nós marca a diferença.
Procuro ter isso presente, às vezes consigo, outras vezes nem por isso, mas tento cuidar do meu canteiro com todo o meu amor.
Sei que tembém cuidas do teu.
A Shin também. O António.A Marise A Adriana. O Viajante. A Mimi. A Fada...e tantas pessoas maravilhosas que se mostram verdaeiros jardineiros da vida. Ainda há esperança.
Um grande abraço amiga
Querido António,
obrigada pelos presentes e sobretudo obrigada pelo empenho bonito na jardinagem da blogesfera. Continua a construir pontes e a semear o contacto humano sem o contacto físico. isto é magia. isto é amor.
Merece não um selo, mas uma medalha...
muitos beijinhos
Estou chorando!!!! Sabes bem que as amizades que sempre tive foram assim, eu dava o meu sangue por elas.
Com as dores provocadas por uma imaturidade de doação aos outros, fui-me fechando e fechando e fechando e fechando...
Graças a Deus (pura forma de falar, pois foi graças a mim e aos outros), percebi isso e hoje posso dizer que dou novamente o meu sangue por qualquer um, seja meu amigo ou apenas um conhecido (há diferenças).
As minhas actuais amizades são construidas numa Beleza de partilha de amor como não tinha há muito tempo!
Sabes que mesmo nos momentos mais difíceis eu daria tudo por ti, não sabes? Eu sei que tu farias o mesmo!
Love ya!!
Kisses
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