Desculpem. Não me deu para a seriedade nem para análises filosóficas sobre a vida. Estou meio aérea e com grande dificuldade em ser adulta. Não me apetece. Desde sexta-feira que estou nisto. Espero que passe rápido. Enquanto não passa, hoje dou-vos música.
Adoro música. Deixar-me levar por ela. Ou ficarmos as duas na minha sala, despreocupadamente, a dançar. A dança puxa o canto. Claro. Em menos de nada estou a fazer duetos. Empenhadíssima em acompanhar a voz do outro, esforçando a garganta para não o deixar mal nos agudos. E o que eu canto! Posso não encantar, mas divirto-me muito. Dá-me um certo prazer fazer estas figuras tristes… E assim, com o espírito preenchido de boa disposição, agradeço terem inventado a música.
Nas minhas piores telhas – música.
Se preciso de ideias – música.
Quando já não aguento o ruído todo cá fora – música.
Naquele jantar - música…muita música…
Há uma melodia agrafada junto ao registo dos meus momentos marcantes. Quer sozinha, quer com companhia, quer completamente sozinha com companhia, de fundo houve sempre qualquer coisa a tocar. E toca até hoje. Como se as notas desses momentos tivessem conquistado a vida eterna, ecoando para lá do efémero. Sempre que oiço Jeff Buckley inevitavelmente lembro-me que enquanto assinava o meu divórcio, de um rádio qualquer dentro da conservatória, só se ouvia “ Aleluia, aleluia”…
O doido de um cliente que me enviou um CD para o escritório com o “Princesa” gravado umas trezentas vezes acompanhado com uma carta onde escreveu o seguinte trecho:
Tu és... tudo aquilo que um homem pode querer
Dás-me prazer, 'tás ao meu lado para me defender
Adoro o teu sorriso, quando me olhas com ternura
Acredita, eu paraliso
És bonita, simpática, tão atraente
Derretes-me todo, com o teu olhar inocente
Palavras doces na tua boca parecem brisas
Tu não andas, tu deslizas…
Na altura não achei piadinha nenhuma. Ia à igreja todos os dias, apertava o último botão da camisa e ainda não jardinava. Mas hoje, se calha de ouvir isto, atiro-me para o chão a rir.
O samba ficou associado a um kumbáya, danças do mundo lover, a querer convencer um grupo de alternativos que aquele ritmo era espiritual.” Uma cena muita profunda” na expressão dele. Do meu ponto de vista, foi a fuga mais rápida de uma sala de estar a que já assisti.
A música que ouvimos, diz quem nós somos. A música que ouvimos diz como é que estamos. Uma espécie de barómetro de humor. Revela como vai o nosso coração. A nossa cabeça. A nossa vida. Em quem pensamos.E em quem gostávamos que pensasse em nós.
Eleva-nos ou ajuda-nos a abrir o buraco onde nos afundamos. Alegra-nos ou vai buscar o lenço. Põe-nos a sonhar ou deixa-nos perdidos no nosso próprio pesadelo. A música reflecte-nos.
Quase instintivamente, quando conheço mal alguém, tento perceber que música gosta. E adivinhem lá qual é a primeira informação que vejo nos perfis do facebook…
Quase instintivamente, quando conheço mal alguém, tento perceber que música gosta. E adivinhem lá qual é a primeira informação que vejo nos perfis do facebook…
A música combina com banho. Velas e vinho. Com conduzir. Com esplanadas. Parvoíces e amigos. Rima com beijinhos. E mais qualquer coisa.
A música tem uma alma. Que fala com a nossa. É só calarmo-nos e Ouvir o que dizem.
O diálogo hoje deve ser interessante, oiço a Fiona Apple cantar ..
IdoMind
About everything that surrounds me
P.S. Eu avisei que não estava para seriedades.
3 comentários:
Ai como te compreendo :) LOL não sabia dessa da Alleluia LOLOLOLOL devia ser eu a cantá-la :d
Olha, para mim não há voz para me tocar nos fundos da alma e trazer ao de cimo, principalmente, as dores que oculto, como a do nosso amigo Thom.
Vou pôr música e trabalhar...queres escolher a melodia para a semana do Hierofante?!!?
beijocas jardineira linda
Minha Shin,
lol lol Essa vai comigo até ao fim, foi mesmo providencial! lolol
E reconheceste o Kumbayia? lol lol
Adoro mesmo música. Quando precisas da melodia?
Beijos
Claro que me lembro do kumbaya...mas não sei se será correcto o termo...Olha já pus a música!!! fica para a próxima, ou podes sugerir mais uma
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