Hoje escrevo para as mulheres. Todas. As que se queixam. As que aguentam. As que choram. As que fingem que não. As que se escondem para chorar e as que se escondem para viver. Escrevo para as mulheres que se demitem de ser mulheres e se perdem, acabando por não saber o que são. Ou o que querem ser…Escrevo para as resistentes que se dão aos pequenos luxos de serem sensíveis e demonstrá-lo, de esperarem que lhes abram a porta e se lhes dirijam com delicadeza porque são mulheres e as mulheres são delicadas.
O logro está em achar que não. Nós não somos pesos-pesado e não temos, não devemos, levantar nem carregar, as mesmas cargas que os homens. Temos outras, ajustadas às nossas medidas de Cinderelas. E benditas sejam as nossas cargas… São dons, na verdade. Ser mulher é ter dom. E como todos os dons, completa-se com uma pequena parcela de maldição.
O logro está em achar que não. Nós não somos pesos-pesado e não temos, não devemos, levantar nem carregar, as mesmas cargas que os homens. Temos outras, ajustadas às nossas medidas de Cinderelas. E benditas sejam as nossas cargas… São dons, na verdade. Ser mulher é ter dom. E como todos os dons, completa-se com uma pequena parcela de maldição.
Mas oh mulheres - só somos malditas quando nos recusamos a ser sagradas. Nascemos para albergar. Para dar hospedagem à vida e depois largá-la. Em nós cabem dois. No começo e até ao fim...que vai para lá do nosso fim. Cuidando, nutrindo, vigiando. Que gloriosa missão. Não acham? Metade do peso e o dobro da vida…Eu acho. Glorioso e mágico!
O pecado? Negar a dádiva de ser mulher e vestir calças por baixo da pele. Que belo resultado conseguimos com a Igualdade. Firma-se a minha convicção de que quem inventou o feminismo foi um homem. Agora, não só fazemos o que sempre fizemos, como ainda o que eles fazem. E mais…E mais…E mais…até ser humanamente impossível fazer mais…de forma humana… Como o dia não tem género e tem as mesmas vinte e quatro horas para todos, falta então o tempo para acompanhar a vida a geramos. A paciência para amar quem escolhemos. A humildade para reconhecer que apesar de tudo, há em tudo, um gosto eterno a insatisfação…
O pecado? Negar a dádiva de ser mulher e vestir calças por baixo da pele. Que belo resultado conseguimos com a Igualdade. Firma-se a minha convicção de que quem inventou o feminismo foi um homem. Agora, não só fazemos o que sempre fizemos, como ainda o que eles fazem. E mais…E mais…E mais…até ser humanamente impossível fazer mais…de forma humana… Como o dia não tem género e tem as mesmas vinte e quatro horas para todos, falta então o tempo para acompanhar a vida a geramos. A paciência para amar quem escolhemos. A humildade para reconhecer que apesar de tudo, há em tudo, um gosto eterno a insatisfação…
E passamos a pular. De tentativa em tentativa. De comprimido em comprimido. De grito em grito e má disposição em má disposição. De noite em noite. De homem em homem. De cama em cama…os mesmos “depois eu ligo-te”, “ amanhã falamos” e “ tenho de ir” que vão envenenando a fé em coisas e pessoas bonitas. Lá vamos ficando menos mágicas e mais reais. Concretas como paredes.
Não os culpem. A responsabilidade é nossa. Vamos ser mulheres e assumi-lo. A autorização para o devasse vem de nós. Chega-se até a levar os formulários e indicar aos homens onde assinar. É sempre com grande tristeza que observo uma mulher armada em caçadora. Parece que nos tempos modernos, se mede o grau de modernidade das mulheres pelo número de experiências.E também parece que é mais moderno ser infeliz que ser verdadeira…consigo mesma.
Da maneira que vejo, ser Mulher é um assunto sério. Lindo, mas sério. Nós convidamos pessoas para dentro de nós. É isso que acontece quando oferecemos o nosso amor. O nosso corpo. Alguém entra dentro de nós. E deixa lá uma parte sua. Em nós, mulheres. É assim que vejo e é assim que sinto.
Da maneira que vejo, ser Mulher é um assunto sério. Lindo, mas sério. Nós convidamos pessoas para dentro de nós. É isso que acontece quando oferecemos o nosso amor. O nosso corpo. Alguém entra dentro de nós. E deixa lá uma parte sua. Em nós, mulheres. É assim que vejo e é assim que sinto.
Desenganem-se, não pretendo incitar uma legião de activistas pro-pudor, castidade e muito menos, Deus me livre, proclamar a abstinência como solução para os males do mundo. Apelo à consciência. Do que se faz. E com quem. Do que se diz. E a quem. Do que se quer. E com quem…
Apelo aos sonhos e à Nossa verdade. Feminina, leve, alva e mesclada de fragilidade. Apelo à dignidade. Falo à princesa que mora em cada mulher e apelo à sua nobreza…A carpete vermelha e os sapatos de cristal são um direito, mas que tem de ser conquistado…todos os dias, por nós - Mulheres.
IdoMind
About turning things around…for our own good
6 comentários:
E o que é que este belo texto tem a ver com o título, pergunto eu?!?! Só tu!!!
Na sociedade que construímos e continuamos a construir, isto parece cada vez mais uma utopia.
Vou ficar a meditar sobre o assunto!
bj
Querida Shin, concordo em parte contigo que tudo isto pode ser de facto utopia, mas nunca nos podemos esquecer que tudo começa com o primeiro passo. Será que cada uma de nós não consegue encontrar dentro de si a força suficiente para o dar?
Beijos
Me sinto assim todo o tempo, mas jamais conseguiria transcrever tão perfeitamente meus sentimentos em palavras! Parabéns!
Shin
Já te expliquei o título. Se falo por metáforas todos chegam lá,quando sou literal ninguém entende! lol
Ao falar com um homem, apercebi-me que andamos muito perdidas e que acabamos por os perder também...
Achas utópico? Talvez seja, Mas temos de começar por algum lado não é? Quem sabe expor o problema não seja o primeiro passo.
Medita e depois dá-me um sobrinho se faz favor :)))
beijosss
Estrelinha!!
Estou contigo. Eu acho que se quisermos da mesma forma que conduzimos as coisas para aqui, podemos conduzi-las para outro lado, para um novo rumo.
Vamos a isso.
mil beijinhos
Cris
Muito muito bem vinda ao Jardim.
E obrigada...
Acho que todas as mulheres sentem isto...não são é capazes de identificar o problema e, pior, reconhece-lo...
um grande beijinho e volte
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