Lembram-se daquele dia em que acordei diferente. Mais louca. Em que decidi começar a fazer o que qualquer homem ou mulher saudável apelidaria de loucura.
Pequenos gestos, quase insignificantes, mas que imperceptivelmente nos começam a levar de volta aos jardins que abandonámos com isto de ser adulto.
Os jardins que esquecemos quando mudámos para a cidade, onde há ordem, ruas com nomes, semáforos que nos dizem quando avançar e quando parar. Onde estamos arrumadinhos em sítios. É fácil morar na cidade, basta cumprir as regras. Mesmo que não tenhamos participado na elaboração das mesmas. Mesmo que não as entendamos. Para ser cidadão da cidade é preciso obedecer, é preciso ser igual. Que bom que é ser igual. Que alívio. A igualdade permite-nos andar durante o dia na cidade a fazer aquilo que chamamos de sobreviver. Tranquilos e indetectáveis, vamos respirando.
Mas a diferença existe. Ela está lá. Pulsante e zangada a cada igual que a obrigamos aceitar. É por isso que há a noite na cidade. E em nós…No escuro fugimos para os bairros degradados que foram proliferando dentro da nossa casa. Tem muitos nomes a noite de cada um, mas hoje estou aqui para falar da diferença e não da noite.
Pequenos gestos, quase insignificantes, mas que imperceptivelmente nos começam a levar de volta aos jardins que abandonámos com isto de ser adulto.
Os jardins que esquecemos quando mudámos para a cidade, onde há ordem, ruas com nomes, semáforos que nos dizem quando avançar e quando parar. Onde estamos arrumadinhos em sítios. É fácil morar na cidade, basta cumprir as regras. Mesmo que não tenhamos participado na elaboração das mesmas. Mesmo que não as entendamos. Para ser cidadão da cidade é preciso obedecer, é preciso ser igual. Que bom que é ser igual. Que alívio. A igualdade permite-nos andar durante o dia na cidade a fazer aquilo que chamamos de sobreviver. Tranquilos e indetectáveis, vamos respirando.
Mas a diferença existe. Ela está lá. Pulsante e zangada a cada igual que a obrigamos aceitar. É por isso que há a noite na cidade. E em nós…No escuro fugimos para os bairros degradados que foram proliferando dentro da nossa casa. Tem muitos nomes a noite de cada um, mas hoje estou aqui para falar da diferença e não da noite.
Às terças-feiras passarei a publicar “Loucos por dia” partilhando a loucura da semana que escolhi para dar voz à minha diferença.
Já agora, o que é que um tomate diz ao outro?
- Tomatas-me!"
A minha loucura: levar boa disposição por onde passar.
Chega de crise. De prestações em atraso. De insegurança. De medo. De caras feias.
Até para o vizinho retardado mental com dificuldades em entender que o lixo tem sítio próprio para ser depositado, que não é a entrada do prédio, eu vou ser bem disposta.
Vou chegar ao emprego e dizer bons dias em francês. Antes de me sentar vou passar, devagar, pelos meus colegas, olhar para eles em silêncio, de cara muito séria. Depois voltar atrás,fazer uma careta e largar uma gargalhada.
Vou surpreende-los, sendo diferente do que costumo ser. Interessada. Mais humana e mulher. Se calhar até lhes falo um pouco de mim. Mostrar-lhes que não sou o poço de segurança que imaginam e que também choro. Que quando me irrito, fico com soluços. E vou fazê-los rir…
Afinal este é lugar onde passo grande parte das horas dos meus dias. Estas são as pessoas que com quem estou. Porquê pintá-las de preto se posso colori-las.
Onde passar vou deixar um arco-íris…
No caminho para casa vou sugerir ao motorista do autocarro que faça um desvio. Ou para andar às voltas na rotunda até os passageiros ficarem azuis, enquanto anuncia no microfone “ e do lado direito podemos ver uma fonte que não serve para nada mas que é muito bonita… e que deita água.” De certeza que já pensou nisso um milhão de vezes. Vou perguntar-lhe qual é o sonho dele.Pô-lo a imaginar como seria se um dia resolvesse fazer uma loucura.
Chega de crise. De prestações em atraso. De insegurança. De medo. De caras feias.
Até para o vizinho retardado mental com dificuldades em entender que o lixo tem sítio próprio para ser depositado, que não é a entrada do prédio, eu vou ser bem disposta.
Vou chegar ao emprego e dizer bons dias em francês. Antes de me sentar vou passar, devagar, pelos meus colegas, olhar para eles em silêncio, de cara muito séria. Depois voltar atrás,fazer uma careta e largar uma gargalhada.
Vou surpreende-los, sendo diferente do que costumo ser. Interessada. Mais humana e mulher. Se calhar até lhes falo um pouco de mim. Mostrar-lhes que não sou o poço de segurança que imaginam e que também choro. Que quando me irrito, fico com soluços. E vou fazê-los rir…
Afinal este é lugar onde passo grande parte das horas dos meus dias. Estas são as pessoas que com quem estou. Porquê pintá-las de preto se posso colori-las.
Onde passar vou deixar um arco-íris…
No caminho para casa vou sugerir ao motorista do autocarro que faça um desvio. Ou para andar às voltas na rotunda até os passageiros ficarem azuis, enquanto anuncia no microfone “ e do lado direito podemos ver uma fonte que não serve para nada mas que é muito bonita… e que deita água.” De certeza que já pensou nisso um milhão de vezes. Vou perguntar-lhe qual é o sonho dele.Pô-lo a imaginar como seria se um dia resolvesse fazer uma loucura.
E o que diz uma impressora para a outra?
Desistem?
- “ Essa folha é tua ou é impressão minha?”
Também em casa, onde nem sempre é fácil ser bem disposta, vou substituir as frases com mensagens subliminares por gargalhadas. Mas daquelas francas. Não das sarcásticas ou das que usamos para nos defender daquilo que na verdade não achámos qualquer piada. Vou trocar as queixas e as lamúrias por histórias giras de contar e de ouvir.
Procurar um meio de expressão mais engraçado. Menos doloroso. Para mim e para os outros.
As coisas são como são. Nós é que podemos mudar a nossa atitude diante delas. E logo passarão a ser outra coisa.
Há sempre duas opções. Eu escolho a que não é carregada de amargura. Eu escolho aquela que não me faz envelhecer precocemente. A que não me faz rugas na testa.
Eu escolho ser quem sacode os fardos da seriedade de cima das costas dos que me rodeiam. Eu escolho levar o calor que descongela o frio de todos os corações. Derrete-los de bom humor. Eu escolho não desistir de brincar.
Eu escolho espalhar a boa notícia: podemos ser diferentes. E sermos felizes.
Chamem-me louca…
IdoMind
Chamem-me louca…
IdoMind
about jumping, singing and other crazy things
17 comentários:
Livres são os loucos que vão aproveitando a vida aos poucos!
;*
- Olá!
- Olá!
- Sou uma formiguinha e tu?
- Eu sou ota.
- Ota quê?
- Ota Fumiga.
;)
Acho que dessa vez concordarei plenamente com você.
E sabe o que fiz hoje? Algo que não faço há muito tempo...fui a um parque da cidade - o local em que foi Proclamada a República do Brasil - conhecido como Campo de Santana desde o Império...havia recebido um telefonema mágico de um ser mágico, mas não pude atender ao seu convite pois tinha que entregar as últimas cópias da minha monografia (tinha ficado magoada com isso, afinal ele é a razão do meu jardim).
Fui ao Parque, sentei sobre um banco, sob uma linda amendoeirae fiquei olhando as pacas, os gatos, os marrecos, o vento e tudo o que eu não via mais...
bjs
Vânia Vidal
E por aqui está um frio...
bjs
vânia
Crazy IdoMind,
ainda bem que guardei para ler hoje, agora, estou cheia de sono e com dificuldade em manter a boa disposição (you know what I mean)
Vou trabalhar...agora sim, mais motivada!!! Me aguarda vai!!! Depois conto tudo!
Como diria o Léo...mortinha prá apronta!!!
:***
Olá IdoMind adorei ler o teu texto.É de pessoas assim que faz falta ao mundo de hoje.Beijinhos.
Ofereço-te o selo «Medalha de Ouro», por apreciar muito o teu blogue.
Conferir aqui, por favor:
http://cova-do-urso.blogspot.com/2009/06/selos-e-premios-medalha-de-ouro-e-blog.html
António
IdoMind,
Passe no Dimensões e pegue um selinho pra você.
Um reconhecimento pela comunidade virtual que estamos criando.
A&L
PS: Depois volto aqui para ler este post com mais tempo.
LOLADA geral!
Viva os loucos!
IdoMind,
A minha tarde mudou radicalmente.
Tens toda a razão, já que não se pode alterar o rumo da vida, que se altere a forma como a encaramos!
Uma bonita lição com um toque de humor :P
Chega de gente séria.
Já agora,
O que é que um amendoim diz para o outro?
Descasquei-me a rir!
(e com isto termino a rir feita tola pois até a palavra que tenho que escrever na "verificação de palavras" ao submeter o comentário é "seryo").
Olá IdoMind
Não resisto a uma boa dose de loucura de vez enquanto e não me desafiem a contar anedotas porque então vai ser lindo.
Já Agora conhece a história do Joaquim e da Ana ele funcionário público e ela doméstica ambos residentes em Beja.
Como as coisas na intimidade estavam um pouco paradas o Joaquim convenceu a Ana a ir ao médico, sim porque quando estas coisas acontecem a culpa é da mulher.
Após um interrogatório cheio de perguntas que uma Ana super envergonhada foi tentando responder, o médico perguntou-lhe e a senhora tem "orgasmos"? A Ana ficou em silêncio uns momentos e perante a estupefacção do médico abriu a porta e gritou para o Joaquim que estava na sala de espera:
- O "Jaquim" eu tenho orgasmos?
O Joaquim olhou para ela, meneou a cabeça e retorquiu:
- Quantas vezes já te dissem mulher? Tu tens é ADSE.
Obrigado por este momento e até à próxima terça-feira da loucura•
Beijinho Grande•
O Viajante
A ShinTauTau diz que eu tenho receita para tudo. Pois aqui estah ela IdoMind:
http://fadamorangashop.blogspot.com/search?q=bubble+gum
Saudinha e beijos***deFada
LOL! LOL!
Esta do Viajante foi um must.
Obrigada.
LOL!LOL!
Bom...ainda não comentei a de cima, pois preciso de registar o que ontem fiz!!!
Fui para o trabalho e com as tuas palavras deixei-me levar, não a contar piadas, mas a fazer caretas, sabes do que falo! Os meus colegas não conseguiram falar comigo sobre trabalho, pois disse logo "Hoje Não! Amanhã"
Uma chegou ao pé de mim toda stressada por coisas que tinham acontecido, três minutos depois chorava, a rir, claro!!!! Pura terapia a alegria;_)))
Mas a cereja foi a bendita reunião ao fim da tarde, que me impediu de ir ter contigo! (Parece que a Fada lá esteve! Pois o viedo que ela sugere é sobre pastilhas! Muito giro!)
Estava a mascar pastilha e a colega/amiga que estava comigo também. Mantrizadas pela conversa sobre os exames, que desde 86 é a mesma, começamos a fazer som com as pastilhas e de forma sincronizada. Só nos apercebemos quando alguém desatou rir e pergunta que está a fazer balões. Foi um fartote!!!
Inundámos alegria e boa disposição por todo o lado!!!
Obrigada por teres feito esta sugestão!!! Cá estarei para aplicar isso na minha vida! Conta com o meu relato sempre, estou contigo na Loucura!!!
Love ya
Quanta inspiração...
E como inspira!
A Alegria é mesmo a marca do Coração.
E vamu q vamu!
bjs
Era bom que fosse assim tão fácil mudar comportamentos que estão enraizados. Concordo, que temos liberdade para escolher, mas acabamos por reagir do modo que foi a nossa aculturação. No jardim dos nossos dias acabamos por nos picar em flores que não esperamos, e nem sempre a resposta é tão sorridente quanto o deveria ser.
Que bonito seria o mundo se todos fizessem um pequeno esforço para vivermos um pouco mais alegres. Se calhar nem havia lugar para períodos de crise.
Beijinhos por mais uma lindo texto a que já nos vamos habituando.
CuCu
Fazer o que nos dá na cabeça é uma beleza.
Mais a loucura em meu ser tem propósito. Nunca que sem propósito.
Pensaste nisso? Ou está a ficar louca de pedra?
Direto do Brasil. PERGUNTANDO MESMO.
Beijos.
Idomind,
Acho que minha maior loucura foi ter trancado a terceira faculdade (já fiz duas)para descansar, cuidar da saúde (mental) e me dedicar com todo amor e afinco ao meu livro Paragate e à minha peça Prólogos para Noiva. Ah, e usando máquina de escrever, que consegui num antiquário, uma jóia! Coisa de doido, né?!
bjs
Vânia
Enviar um comentário